Vítima diz que estava fazendo o cadastro em MS, quando uma pessoa entrou em contato dizendo ser do setor de segurança do banco. Logo após as orientações dele, recebeu mensagem falando da transferência.
“Meu marido é construtor, então também estava usando a conta e colocando dinheiro lá. Nós não queríamos ficar saindo de casa, por conta da pandemia, então, acho que foi por isso que fui fazendo o que ele [golpista] pedia. E eu sempre usei aplicativo para pagar contas, sempre deu certo. Agora eu já exclui tudo, mudei minhas senhas e não pretendo ter mais nada virtual. Não consigo confiar mais”, comentou.
Ao entrar em contato com o banco, a vítima disse que ela era a terceira pessoa naquele dia que havia caído no golpe do PIX. Eles então teriam falado que não tem como reaver o dinheiro e ainda deram o prazo de 10 dias úteis, para saber se ela será ressarcida pelo banco ou não.
O delegado Enilton Zalla, que atuou por quase cinco anos como plantonista nas Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário (Depa’s) de Campo Grande, ressalta que os estelionatários sempre estão se atualizando nos golpes. Com relação ao PIX, ele ressalta que “é uma situação nova” e todos ainda estão aprendendo mais sobre o sistema.
No caso dos bancos, caso seja constatada alguma falha, ele acredita que as vítimas devem sim ser ressarcidas e, para evitar crimes do tipo, devem acrescentar o maior número de dados possível na abertura da conta bancária, dificultando, assim, possíveis crimes.
Técnica antiga de roubo de dados
A alta procura pelo PIX, novo serviço de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central e que entrou em operação no dia 16 de novembro deste ano, mobilizou golpistas a usar técnicas antigas de roubo de dados para enganar clientes durante o cadastramento na plataforma.
Os golpistas aproveitam o momento de cadastramento das Chaves PIX para aplicar golpes. Recentemente, a empresa de segurança digital Kaspersky encontrou mais de 60 sites falsos, que usam as técnicas de “phishing” para o roubo de informações. O termo phishing faz alusão à pescaria, pois golpistas usam o PIX como ‘isca’ para que a vítima entregue seus dados.