A perneira faz parte do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e até ajuda, mas, a falta de cuidado com os cães faz com que os leituristas sofram ataques e convivam com o medo constante na rotina de trabalho pelas ruas.
De acordo com dados da Energisa – concessionária responsável pelas distribuição de energia elétrica – e que terceiriza este serviço, 19 leituristas ficaram feridos e alguns afastados por conta de mordidas de cachorros no estado, nos últimos 12 meses.
O leiturista Alexandre, de 37 anos, é um deles. O acidente, segundo ele, ocorreu . Ao relembrar os fatos, ele ressalta que “tudo poderia terminar em uma tragédia”.
“Estava fazendo leitura no horário do almoço. Era meio-dia mais ou menos e eu estava de costas, enquanto, do outro lado da rua, a mãe estava saindo para levar a filha na escola. A menina abriu o portão e o cachorro veio com tudo. Ele mordeu as minhas duas pernas e não chegou na pele porque eu estava com o EPI, senão, tinha me ferido bastante”.
Na ocasião, ele conta que a única reação que teve foi ficar parado e colocar a mochila na frente para se proteger. “Eu estava de costas, não tinha nem como reagir e ele nem latiu, já foi pra cima. A gente tem a vestimenta, mais, ainda assim é perigoso. Era um cachorro de porte médio. Depois, soube dos vizinhos que este não era o primeiro ataque”, lamentou o leiturista.
Após o ataque, Alexandre ressaltou que a dona recolheu o animal e pediu desculpas. Ela alegou que a menina é quem abriu o portão e, por um descuido, o cão escapou.
“Poderia ter acontecido algo muito pior, ele me mordeu dos dois lados e poderia ter machucado bastante. E se fosse uma criança? E se fosse um idoso? Quem tem cachorro bravo precisa cuidar, precisa olhar mais”, disse.
Entre os dias 29 de julho e 23 de agosto deste ano, houve o agravante com cinco ocorrências registradas, sendo um profissional afastado por 60 dias.
O coordenador da energiza,fala que somente os treinamentos e orientações não são suficiente, já que a população também precisa ajudar.
“As pessoas precisam cuidar para o animal não escapar do portão. Tivemos dois casos recentes, graves, em que o profissional ficou afastado e precisou passar por cirurgia”, explicou.