Intubado em UPA, serralheiro não é transferido para UTI por ‘erro em ficha’ e família se revolta

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A família do serralheiro Antônio Passos, de 46 anos, vive momentos de incerteza que se tranformaram em desespero nos últimos dias. Internado com Covid-19 na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino desde o dia 29 de março, Antônio aguarda uma vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de Campo Grande enquanto seu estado de saúde se agrava.

O drama envolvendo a família piorou neste sábado (3), quando uma vaga para o serralheiro finalmente surgiu, mas possível falha da equipe médica fez com que o paciente perdesse a chance de ser transferido para um hospital. Na noite de sábado, para piorar ainda mais a situação, Antônio precisou ser intubado porque já não conseguia respirar por conta própria. 

Esposa do serralheiro, a agente de saúde Eliane da Costa explica que o marido começou a sentir sintomas do coronavírus no dia 18 de março. Desde então, a família procurou unidade de saúde do Nova Bahia, onde Antônio recebeu medicação e chegou a fazer um teste rápido para a Covid-19, que deu negativo. Aos 46 anos, Antonio é saudável e não tem nenhuma comorbidade, segundo a família. 

Os dias se passaram e em casa o estado de saúde do serralheiro piorou e fez com que ele precisasse procurar a UPA do Coronel Antonino na última segunda-feira, dia 29 de março. Já internado por sentir muita falta de ar, o paciente foi submetido a outro teste de Covid, desssa vez o RT-PCR, que deu positivo para o coronavírus, segundo a família.

Com o quadro de saúde piorando e mais dificuldades de respirar, a equipe médica já teria solicitado a vaga para Antônio durante a semana, no entanto, em razão da superlotação dos hospitais de Campo Grande que recebem pacientes infectados com o vírus, não havia leito para o serralheiro.

A situação, contudo, piorou neste sábado (3), quando Antônio teve queda brusca na capacidade de respirar e, após uma convulsão, foi intubado por volta das 19 horas. Eliane explica que horas antes da intubação, soube que uma vaga de UTI no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) surgiu para o esposo, mas por possível falha da equipe da UPA, ele não foi transferido.

“Surgiu uma vaga para o meu marido, mas quando a regulação do HR foi consultar no sistema para puxar a transferência dele, viram que não havia anexo do teste positivo de coronavírus. O médico não colocou o teste e meu marido perdeu a vaga”, conta a esposa. 

Segundo ela, após saber da situação, equipe médica da UPA foi procurada por ela. Um enfermeiro teria cofirmado que o teste não foi anexado no sistema e, por isso, a vaga foi perdida. Depois da falha, o teste de Antonio foi finalmente colocado na ficha e agora ele aguarda novamente um leito disponível.

Orientada pela assistente social da UPA, Eliane procurou a Defensoria Pùblica ainda neste sábado, e pedido de urgência para transferência dele para um leito de UTI já foi feito e a família espera por um leito. “Nosso sentimento é de revolta e tristeza, estamos focados em conseguir a vaga para o meu marido”, desabafa a esposa.

O que diz a saúde

Ao Jornal Midiamax, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o caso de Antônio está sendo tratado como prioridade. “O paciente encontra-se em processo de regulação e está sendo tratado com prioridade. Assim que houver disponibilidade de vaga ele será transferido”, disse a Sesau. A secretaria não eclareceu, contudo, a possível falha sobre anexo do resultado de Covid na ficha do paciente.

A Sesau informou, ainda, que em um ano, Campo Grande triplicou a sua capacidade de atendimento a casos mais graves, saindo de 116 para 337 leitos de UTI contratualizados na rede pública, privada e filantrópica. Estamos atravessando um momento muito difícil onde, mais do que nunca, se faz necessário a colaboração de todos.

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