Ausência do fabricante é criticada e preço do cimento continuará sendo questionado na cidade

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A ausência de representante do grupo Votorantim Cimentos S.A. foi bastante criticada ontem, terça-feira, 28, na Câmara, durante a Audiência Pública para discutir o preço do cimento praticado em Corumbá, que está bem acima de outras cidades do Estado, apesar de ser fabricado no município corumbaense.

A Audiência aconteceu no Plenário Dr. Léo de Medeiros Guimarães, da Câmara Municipal de Corumbá, por meio de uma iniciativa dos vereadores Nelsinho Dib e Chicão Vianna, aprovada pelos demais pares da Casa de Leis.

Além dos dois proponentes, o ato contou com as presenças dos vereadores Roberto Façanha (presidente do Legislativo), Allex Dellas, Samyr Qualhada e Marcelo Araújo, além do diretor do Procon de Corumbá, Vital Miguéis; Adjalme Esnarriaga Junior, da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos; André Campos, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Corumbá (ACIC), e Matheus Pereira Cazarin Silva, representando o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) de Corumbá.

O evento teve a participação ainda de representantes de estabelecimentos comerciais radicados na cidade e que atuam na área da construção civil, bem como moradores interessados no assunto, como Valéria Benedita, dona de casa e chefe de família, que está construindo o seu imóvel.

Mas, o autor principal da Audiência Pública não participou. Encaminhou ofício, assinado Fernando Ferreira Alves Pereira, explicando que o grupo Votorantim Cimentos SA, agradecendo ao “convite desta Câmara Municipal”, mas que devido a “outros compromissos”, não teve tempo hábil para participar da audiência, e que “havendo outras dúvidas ou apontamentos, que sejam registrados por escrito e remetidos por ofício para que o grupo Votorantim possa colaborar com a discussão”.

FALTA DE CONSIDERAÇÃO

O vereador Chicão Vianna classificou a ausência como “uma falta de consideração, de respeito”, e que não foi por falta de tempo hábil, já que a audiência foi marcada já há algum tempo. Lembrou a diferença de preço de Campo Grande e outras cidades do Estado em relação a Corumbá; que a matéria prima é toda corumbaense; os danos causados no passado, inclusive à saúde da população e ao meio ambiente, devido às ‘chaminés’ que eram utilizadas na fabricação do produto, entre outras questões.

“O que queremos saber é o porquê dessa diferença de preço que, na cidade, sai cerca de R$ 10,00 acima do valor praticado em Campo Grande. Além disso, a empresa disse que encaminhou resposta aos ofícios encaminhados. Eu não recebi nada”, reforçou.

O vereador Nelsinho teve informações de que a diferença no preço se deve ao fato de que, enquanto a empresa vende 100 mil sacas para a Capital, Corumbá compra somente 10 mil, e que “é inconcebível nós aceitarmos essa diferença de preço”.

CNPJ DE CAMPO GRANDE

Um assunto que chamou a atenção durante as discussões foi levantado pelo vereador Samyr Qualhada. Enquanto no comércio local o saco de cimento com 50 quilos sai a R$ 44,00, ele fez uma compra a R$ 32,00, valor unitário. Disse ter adquirido o produto de uma pessoa que apresentou CNPJ de Campo Grande.

O caso foi confirmado por representantes de lojas de materiais de construção, que também já foram procurados por uma pessoa, com CNPJ de Campo Grande, oferecendo o cimento a R$ 32,00, abaixo do que eles compram direto da fábrica.

O presidente do Legislativo, Roberto Façanha, lamentou a ausência de representantes do grupo ao evento pra explicar tanto para os vereadores, como para a população corumbaense. Ele sugeriu inclusive ao Procon encaminhar um ofício à empresa, questionando o assunto, recorrendo inclusive à participação do Ministério Público Estadual no processo.

Vital Miguéis afirmou que já esteve conversando com autoridades do Ministério Público Estadual nesse sentido, mas que o Procon, por tratar de causas ligadas diretamente ao consumidor, não tem como notificar a empresa para apresentar os preços, e que o MPE pode ser um aliado fundamental na questão.

Matheus Cazarin, que representou o CREA, por ser proprietário de loja de material de construção, conhece muito bem o problema. Ele estava preparado para fazer algumas indagações à empresa, mas acabou frustrado com a ausência.

O vereador Allex Dellas disse ter ficado estarrecido com a ausência de representantes da Votorantim. “Foi uma falta de compromisso da empresa com esta casa”. Mostrou indignação com o fato do valor praticado aqui, ser bem acima de outras cidades, por um produto fabricado em solo corumbaense.

Allex, Roberto Façanha, Samyr Qualhada e Marcelo Araújo, reforçaram o bloco em busca de uma solução para o problema, e que a luta passa ser de todos os representantes do Legislativo corumbaense, e da sociedade de uma forma geral.

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