Dupla morreu em troca de tiros após roubo de carro em Campo Grande
A polícia não descarta conexão dos dois mortos em confronto com o Batalhão de Choque da PM na madrugada deste sábado (22), com a quadrilha do PCC (Primeiro Comando da Capital) especializada em roubo de veículos. Informações são de que Gustavo Silva dos Santos, de 23 anos, e o comparsa ainda não identificado, estariam supostamente ligados ao grupo de arrastadores liderado por uma madrinha da facção.
Tal madrinha trata-se de uma mulher de 43 anos presa no último dia 9 de maio, em uma ação conjunta entre o Choque e a PRF (Polícia Rodoviária Federal), suspeita de articular roubo de automóveis como forma de quitar dívida do tráfico de drogas com o PCC. Além dela, também foram presos na ocasião dois homens. Naquele dia, durante fiscalização na rodovia BR-262, em Miranda, a PRF abordou um caminhão guincho.
Em checagem de rotina, foi constatado se tratar de veículo roubado. O motorista, que estava a caminho da Bolívia e acabou preso, havia recebido uma transferência bancária no valor de R$ 500, feita por um dos integrantes do bando, que seria morador na Rua Belém, no Jardim Imá. A suspeita era de que tal indivíduo teria pago o motorista para atravessar o caminhão na fronteira. Em seguida, a PRF descobriu também que uma mulher moradora na Rua Eugênio, no bairro Buriti, seria a responsável pela contratação do atravessador.
Diante dos fatos, foi acionado apoio do Choque e, ao mesmo tempo, as equipes fizeram buscas nas residências destes dois suspeitos. O homem morador no Imá, inicialmente negou ter feito qualquer transferência ao condutor do caminhão roubado. Contudo, em seguida acabou confessando que agiu a pedido da mulher.
A mulher, por sua vez, alegou que tem uma dívida com o PCC e que por este motivo, agia como uma ‘madrinha’, intermediando roubos de veículos que são levados tanto para a Bolívia quanto para o Paraguai. Consta ainda que durante o atendimento da ocorrência, os policiais foram informados que o empresário dono do caminhão recebia mensagens dos bandidos exigindo dinheiro. O motorista vítima, sequestrado e mantido em cárcere privado, foi liberado por volta das 03h20, nas proximidades da Avenida Lúdio Martins Coelho.
Roubo de carro e morte em confronto
Conforme boletim de ocorrência, os fatos tiveram início quando as vítimas, um homem de 35 anos e uma mulher de 26 anos, conversavam dentro de um automóvel Hyundai Elantra na frente de uma residência localizada na Vila Piratininga, na noite de sexta-feira (21), nas proximidades da 5ª Delegacia de Polícia Civil. Apesar de estarem em via pública, as vítimas acreditavam que ficariam seguras, tendo em vista que se encontravam nas imediações de uma unidade policial.
O casal não imaginava que algum criminoso pudesse tentar algo naquele local. No entanto, por volta das 23 horas eles viram dois suspeitos se aproximando pela rua, momento em que os indivíduos passaram pela frente do carro e chegaram anunciando o assalto. Eles exigiram a chave, tomaram aliança e uma corrente e chegaram a revistar o motorista, para conferir se ele poderia estar armado. Na sequência, mandaram as vítimas sair do Elantra e fugiram.
O casal percebeu que enquanto os indivíduos agiam, um automóvel modelo hatch trafegava devagar, como se estivesse dando suporte. A polícia foi informada do ocorrido e, na Rua Estevão Alves Ribeiro, as equipes do Choque se depararam com o Elantra, solicitaram apoio e passaram a acompanhar o automóvel. Porém, percebendo que estavam sendo seguidos, os bandidos abandonaram o carro e começaram a fugir a pé, dando início à perseguição.
O indivíduo que ainda não foi identificado, ao ser surpreendido pelos policiais, não obedeceu ordem para se render, sacou uma arma de fogo e supostamente apontou para a direção da equipe, que revidou, atingindo-o com quatro disparos no tórax. A PM afirma que tal medida se fez necessária para repelir a agressão e preservar os militares. O baleado foi socorrido até o Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.
Ele portava um revólver da marca Taurus completamente municiado. As equipes continuaram as buscas pelo segundo envolvido, identificado como Gustavo Silva, que foi encontrado nas proximidades do Parque Ecológico Anhanduizinho. Ao ser cercado em um terreno baldio, ele teria disparado contra os policiais, sendo baleado em revide. Assim como o comparsa, Gustavo também foi socorrido e não resistiu.
Contra ele havia mandado de prisão em aberto e foi encontrado com ele um revólver calibre 38 da marca Taurus, com numeração raspada, municiado com cinco projéteis, dos quais dois haviam sido deflagrados e um não teria percutido. O carro das vítimas foi apreendido e encaminhado à Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos). Como procedimento padrão, os policiais também entregaram armas para perícia. As investigações continuam.