Um indígena foi morto em com a polícia, em Amambai (MS), nesta sexta-feira (24). A informação da morte foi confirmada pelo Hospital Regional de Amambai, que está recebendo os feridos dos confrontos na cidade ao sul do estado. Segundo as informações do hospital, a vítima não foi identificada, mas acreditam que ele seja um jovem, com idade entre 25 e 30 anos. O rapaz chegou no hospital sem vida e com três perfurações de armas de fogo pelo corpo. Ainda, a comunidade local afirma que dois indígenas foram mortos, mas não há confirmação da polícia até o momento. Ao todo sete indígenas foram levados feridos para o hospital, sendo dois menores de idade. Três policiais do Batalhão de Choque foram atingidos com disparos na perna e nos pés e foram levados para atendimento médico em Ponta Porã (MS), conforme a secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Para os indígenas, o local onde acontece o conflito faz parte do território de Guapoy, uma terra que pertencia aos ancestrais dos povos originários. Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) explica que “Guapoy é parte de um território tradicional que lhes foi roubado – quando houve a subtração de parte da reserva de Amambai”. Com a retomada (termo utilizado pelos indígenas), entre quinta (23) e sexta, os policiais foram acionados e alegaram terem ido à propriedade para “coibir o crime contra o patrimônio”.
Segundo a Sejusp, 100 policiais, entre militares e federais, estão na área de conflito. No início da tarde desta sexta-feira,12 policiais que aíram de Campo Grande de helicótero,quando a aeronave chegou em Amambai, conforme informações do Coronel Ortali, o helicóptero foi atingido por disparos, o que teria provocado o segundo confronto, mais tenso que o primeiro no início do dia.
Segundo indígenas que estão no local do conflito, o segundo confronto foi mais intenso que o primeiro, com várias trocas de tiro.
“Os policiais chegaram no início da manhã. Primeiro veio o Batalhão de Choque e depois mais policiais aparecerem. Acreditamos que tenha uma pessoa desaparecida, não encontramos em nenhum lugar. As pessoas foram socorridas”, detalhou a testemunha. De acordo com a polícia, a propriedade rural foi ocupada pelos indígenas Guarani Kaiowá ainda na quinta-feira (23). Já nesta sexta-feira (24), equipes do Batalhão de Choque foram enviadas à cidade. Durante o dia foram registradas dois conflitos, um no início do dia e outro à tarde.
Uma testemunha do conflito,relata momentos de tensão, mesmo após o conflito inicial. Segundo a pessoa, policiais do Batalhão de Choque estão em formação em frente à fazenda e disse que vários drones sobrevoam o local.
A fazenda onde o conflito ocorre pertence ao grupo VT Brasil e o conflito ocorreu em um território ancestral para os indígenas, denominado de Guapoy, localizado em Amambai, no sul de Mato Grosso do Sul.