O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desembarcou por volta das 11h25 (horário de Mato Grosso do Sul) em Ponta Porã, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, para participar da inauguração de uma nova estação de radares em Ponta Porã, nesta quarta-feira (30). A intenção é modernizar e ampliar a rede de vigilância do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro.
Sem máscara, o presidente cumprimentou apoiadores e promoveu aglomerações em volta do aeroporto. O uso de máscaras é obrigatório em Mato Grosso do Sul, de acordo com Decreto nº 15456, de junho de 2020. Segundo o Governo do Estado, as punições vão de advertência educativa a multa.
A Estação
O investimento de R$ 120 milhões, feito em 2018 pelo Ministério de Segurança Pública com o Ministério da Defesa, previu três estações de radares completas. Duas já haviam sido inauguradas: em Corumbá, no ano passado, e em Porto Murtinho, no mês de maio deste ano.
Nova estação de radares em Ponta Porã (MS) — Foto: Thales Group/CDN Comunicação/Divulgação
De acordo com a Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, 31 aeronaves, entre aviões e helicópteros, foram apreendidas cometendo crimes no estado, entre 1° de janeiro de 2018 e 25 de junho de 2021. A ideia do projeto de 2018 para colocação de mais radares nessa faixa de fronteira é exatamente para dificultar a atuação de aeronaves ilegais na área.
A plataforma foi construída pela Omnisys, empresa brasileira de alta tecnologia com atuação nos mercados civil, espacial, defesa e segurança. A empresa é uma subsidiária do Grupo Thales, empresa francesa que comercializa sistemas de informação e serviços para as indústrias aeroespacial, de defesa e de segurança. Segundo Luciano Macaferri Rodrigues, diretor-geral da Thales no Brasil, a estação trará mais segurança ao espaço aéreo da fronteira entre Brasil e Paraguai.
“Em cada estação temos dois radares. Um radar primário, que manda um pulso eletromagnético que navega no ar, encontra um objeto, que é o avião, e reflete um objeto, fazendo a leitura e identificando o avião, queiram eles ou não. Junto do radar primário, temos também o secundário, que é colaborativo. Esse radar faz uma pergunta pro avião e a aeronave que tem transponder responde se identificando”, explica Rodrigues.
Radar na nova estação de Ponta Porã (MS) — Foto: Thales Group/CDN Comunicação/Divulgação
O espaço aéreo brasileiro é 100% monitorado a um nível de 30 mil pés, cerca de 10 mil metros, a altitude em que voam aviões comerciais. O monitoramento é realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB). No entanto, existem alguns espaços, em baixa altitude, que alguns aviões ilícitos conseguiam voar sem serem identificados.
“O radar se comporta mais ou menos como um cone de sorvete. É uma máquina que está no chão, então quanto mais alto, maior a área coberta, e mais baixo, menor. Os novos radares tem uma tecnologia que ajuda no controle do espaço aéreo, de pouco menos de 5 mil pés para cima, e olhando também o tráfego não colaborativo, de aeronaves com drogas, cigarros, qualquer tipo de contrabando”, afirma o diretor-geral da Thales.
Segundo Rodrigues, ao fazer um contato e identificar que aquele avião voando em baixa altitude não tem um plano de voo aprovado ou não quer se comunicar, a FAB é automaticamente alertada e toma os procedimentos necessários. Os novos radares são todos fabricados com tecnologia Brasileira.