Delegada de MS diz que 2 novas vítimas apareceram menos de 24h após conclusão do inquérito. Médica também confirmou que ele “fazia comentários sobre pacientes”.
A Polícia Civil instaurou dois novos inquéritos contra o médico ginecologista, de 67 anos,suspeito de assédio e importunação sexual contra pacientes e colegas de trabalho.Segundo a delegada Maíra Pacheco, responsável pelas investigação, os novos depoimentos de vítimas revelam que, além dos crimes sexuais, ele também teria cometido injúria racial e gordofobia.
“Nós fomos procurados por uma vítima, na manhã seguinte à entrevista para imprensa,menos de 24 horas depois de divulgarmos a conclusão do inquérito e o indiciamento dele. Ela viu as reportagens e, em seguida, veio até a delegacia. No caso dela, o médico a teria ofendido de outras formas, dizendo que ela ia explodir de gorda daquele jeito e que problema de útero seria um problema de preto, entre outras ofensas”, afirmou ao a delegada.
Segundo Pacheco, no momento do exame ginecológico, a vítima disse que o médico também a teria proferido palavras de baixo calão. “Os detalhes deste momento estão no teor do inquérito. Assim como a outra médica que veio fazer a denúncia. Na época, ela fazia residência e ele teria feito diversas provocações, dizendo que era um absurdo uma mulher bonita como ela ter um marido só”, explicou.
Ainda conforme o depoimento da médica, cujo relato é semelhante a outra médica que denunciou o profissional, o assédio era tanto sexual como moral “Essa médica que veio por último também confirmou que ele realmente fazia esses comentários das pacientes,principalmente no momento em que elas estavam anestesiadas e ele então falava do forma física delas”, disse.
Recentemente, ao concluir o inquérito, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) sugeriu o afastamento do profissional das suas atividades. “Nós oficiamos o CRM-MS [Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul], não só falando como sugerindo a suspensão dele das atividades como médico. Até o momento, não é o que ocorreu, pois, ele continua atuando não só nos hospitais como no consultório particular dele”, comentou.
Além disso, a polícia também possui informações de uma paciente, que procurou a administração de um hospital, o qual ela relatou os fatos e ouviu que o médico já “apresentava esse tipo de problema”.
Para os próximos dias, a polícia pretende intimar novas testemunhas e fazer diligências, de acordo com a delegada.questionado sobre os crimes,o médico ficou calado e disse que somente falará em juízo
No entanto, o advogado de defesa, Abadio Marques de Rezende, disse que o profissional “está tranquilo” e vai apresentar a versão somente perante o poder judiciário. O advogado ainda disse que Salvador Arruda foi intimado para depoimento, porém, como não sabia nada dos autos, realmente preferiu ficar em silêncio e optou por aguardar a conclusão do inquérito.