PM recebia para repassar informações sigilosas a advogado acusado de violência doméstica

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Cabo da Polícia Militar de Três Lagoas, a 323 quilômetros de Campo Grande, é acusado de ajudar um advogado daquela cidade a obter informações sigilosas mediante pagamento. O caso em questão seria de uma ocorrência de violência doméstica em que o advogado é qualificado como autor.

Na época do crime, TV Imprensa noticiou que o advogado ameaçou a ex-namorada por mensagens no momento em que ela fazia contra ele um boletim de ocorrência. Pelo fato, ele acabou preso em flagrante.

Depois, foi identificado que o advogado enviou por mensagens de WhatsApp trechos do boletim de ocorrência para a vítima. No entanto, ele não tinha acesso às informações e acabou revelando que o policial militar repassava os dados para ele.

Além disso, tudo era feito por meio de pagamento. Assim foi oferecida denúncia contra o militar, por acesso ao sistema de banco de dados, para fornecer as informações ao advogado. A própria vítima de violência doméstica acabou confirmando quem repassava os dados ao ex-namorado dela.

Na denúncia, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) afirma que o militar acessava o sistema para “satisfazer interesse de terceiro, causando dano à Administração Pública”.

Foi feito pedido de quebra do sigilo bancário para confirmar os pagamentos, deferido pelo juiz da Justiça Militar. Também é esclarecido que o caso envolve crimes de natureza gravíssima com envolvimento de policial militar.

Ainda foi agendada audiência sobre o caso para o início de abril, para que as partes sejam ouvidas. O policial militar já recebeu moção de congratulação na Câmara de Três Lagoas, em agosto de 2021, quando integrava o Programa Mulher Segura.

Advogado foi preso em flagrante

O advogado foi preso em flagrante em 13 de janeiro de 2022, por ameaçar a ex-namorada enquanto ela registrava boletim de ocorrência contra ele.  O acusado foi liberado após pagar fiança de 5 salários mínimos.

Contra o advogado há inquéritos policiais em aberto, por violência doméstica. O Jornal Midiamax apurou que em outubro de 2021 ele foi acusado de lesão contra a cunhada.

Na ocasião, ele foi flagrado com outra mulher pela cunhada e a namorada e, na discussão, empurrou a cunhada, que caiu no chão. Este caso foi denunciado pelo MPMS e a denúncia oferecida em dezembro de 2022.

A jovem sofreu uma fratura no joelho e precisou passar por cirurgia. Ela o denunciou em novembro, alertando sobre as agressões que a irmã sofria, físicas e psicológicas, e pediu medida protetiva contra o acusado.

Já no dia 10 de janeiro de 2022, outra jovem de 20 anos procurou a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) e contou que também era namorada do advogado. No relato, ela disse que há aproximadamente um ano tentava terminar o relacionamento, mas não conseguia já que ele ameaçava a matar, também matar a família e até o cachorro da vítima.

Ela acabou descobrindo que o advogado mantinha relacionamento com várias mulheres ao mesmo tempo. Com a outra vítima, também de 20 anos, ela chegou a conversar por redes sociais e as duas revelaram que eram agredidas pelo acusado.

Já no dia 13, a outra jovem de 20 anos também procurou a delegacia. Enquanto ela registrava o boletim de ocorrência contra o advogado pelas agressões, ele começou a mandar várias mensagens no WhatsApp, fazendo ameaças.

Os investigadores foram até a casa do suspeito, onde o encontraram com o celular em mãos. O aparelho era do estagiário, que permitiu que os policiais verificassem as mensagens.

Assim, foi encontrada a conversa entre o advogado e a vítima, com todas as ameaças. O suspeito acabou detido em flagrante por coação e é investigado pelas lesões corporais e ameaças qualificadas por violência doméstica.

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