Mulher manda sofá para reforma, liga para retirar e descobre que objeto foi vendido

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A intenção, segundo a cabeleireira Susana Jaquel, de 36 anos, era “dar uma cara nova” para casa, reformando o sofá e mudando alguns móveis de lugar, no bairro Morada do Sol, em Campo Grande. No entanto, quase três meses após o pedido, ela descobriu que o objeto foi vendido para terceiros e, ao divulgar o fato nas redes sociais e dizer que quer “o sofá de volta”, recebeu inúmeras fotos do possível local onde ele estaria.

“Eu já tinha comprado um sofá desta empresa para o salão. Não tive problema algum e inclusive recebi recomendações. Só que desta vez fizeram isso, me disseram que passaram o meu sofá pra frente e ainda estou sem acreditar. Eu quero o meu sofá de volta e falo com toda certeza que agiram de má-fé”, afirmou ao G1 a cabeleireira Susana.

Conforme Susana, o orçamento foi pedido no dia 7 de novembro de 2020. “Eles foram na minha casa e a única coisa que disse é que não precisava ter pressa. Quando me procuraram da primeira vez, eu disse que poderia esperar um pouco, até por conta da pandemia e porque eu também estava resolvendo um problema de um carro. Na época, conversei com a dona e ele se mostrou super compreensiva, disse que eu podia ficar tranquila e falou que imprevistos acontecem”, comentou.


Ainda conforme Susana, na ocasião não houve contrato. “Eu já tinha feito uma compra com eles, então ficou algo de boca mesmo. Eu até falei que ia pagando semanal o valor de R$ 1,8 mil. Paguei este preço porque é um sofá bom, tem a medida certinha da minha sala, então eu queria somente reformar o estofado e manter uma cor semelhante”, disse.

Segundo Susana, ao pedir uma foto do sofá pronto, dias depois, recebeu a informação de que o objeto tinha sido “passado pra frente”. “Eu confiei neles e até indiquei clientes. Antes, soube que eles vieram de Cuiabá para cá e até ajudei abrindo uma página nas redes sociais e também um WhatsApp de negócios para eles. Agora estou sem dormir direito há alguns dias, fiz uma postagem e fico procurando onde pode estar o meu sofá”, falou.

Cabeleireira durante conversa com a loja responsável pela reforma em MS — Foto: Rede social/Reprodução

Cabeleireira durante conversa com a loja responsável pela reforma em MS — Foto: Rede social/Reprodução

Na rede social, Susana conta que entrou com um processo na justiça contra a loja de reforma de móveis, localizada no bairro Cidade Morena, região sul da cidade. “Agora não me respondem mais e vi um sofá muito parecido com o meu, sendo vendido no bairro Santa Luzia. Minha sala agora só tem um sofá de canto. Quando eu pensei que ia dar uma cara nova, aconteceu isso. É frustrante”, avaliou.

Empresa confessa que vendeu sofá

O proprietário da loja, Wilton Carlos da Silva, de 44 anos, disse que realmente vendeu o sofá e irá devolver outro para a cabeleireira. Segundo ele, o objeto foi retirado da casa em setembro e não em novembro como a dono disse.

“Eu trabalho com reforma de sofás desde a minha adolescência. É um ofício que eu aprendi com a minha família e nunca tive problemas. O prazo que nós damos para entrega dos produtos é geralmente de 20 dias. No caso deles, ficaram de dar entrada e não deram. Eu investi o meu material na reforma e minha esposa até encontrou o esposo dela no banco, momento em que falamos que o sofá já estava pronto”, argumentou.

Conforme Wilton, alguns dias após o pedido da reforma a cabeleireira comentou sobre o problema com o carro e realmente pediu um prazo maior. “Ela falou que estava sem condições no momento, mas eu tive um investimento, desmontei, fiz a reforma e passei para frente. Só que já conversei com eles, assim como eu esperei, pedi mais 30 dias de prazo e vou devolver o sofá. Tenho as medidas, tenho tudo, não estou me esquivando da responsabilidade. Uma pessoa tem que entender a outra”, finalizou.

Sofá foi enviado para reforma e vendido para terceiros, diz cabeleireira — Foto: Rede Social/Reprodução

Sofá foi enviado para reforma e vendido para terceiros, diz cabeleireira — Foto: Rede Social/Reprodução

Houve prática abusiva, diz Procon-MS

O superintendente do Órgão de Defesa e Proteção do Consumidor (Procon-MS), Marcelo Salomão, disse que houve prática abusiva neste caso e a loja jamais deveria vender o sofá da cabeleireira sem comunicá-la, por escrito, desta intenção.

“O lojista precisará indenizar a proprietária. Ele não poderia ter vendido, sem ao menos ter isso por escrito. É uma relação de confiança que aconteceu muito e houve prática abusiva do estabelecimento, que não poderia ter vendido sem informar e dar o prazo mínimo de 30 dias ao consumidor para retirar o objeto”, afirmou Salomão.

Ainda conforme o superintendente, ao aceitar fazer a reforma, a responsabilidade da guarda é do fornecedor e, portanto, ele está como responsável pelo objeto. “A dona, caso queria resolver, deve acionar o Procon imediatamente , para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, finalizou.

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