Artesã de Corumbá vence prêmio nacional na categoria “Sabedorias Compartilhadas”

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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) divulgou, nesta segunda-feira (05), o resultado final da 35ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. As ações vencedoras são voltadas para o fomento, preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural do Brasil e envolvem temas relacionados à memória, gestão do patrimônio, difusão e valorização do saber popular.

A artesã corumbaense Catarina Guató foi a grande vencedora na categoria “Sabedorias Compartilhadas”. Conforme destacou o Iphan, o trabalho dela é “uma ação educativa que buscou transmitir conhecimento e a identidade dos ancestrais do artesanato Guató. A atividade é a realização de anos de salvaguarda de um patrimônio que poderia ter sido extinto.

Catarina Guató é uma mulher canoeira, artesã, que vem com muitas dificuldades na trajetória compartilhando sabedorias ancestrais realizando oficinas e encontros que valorizam o artesanato de fibras de aguapé de sabedoria Guató. Remando na canoa dos Guató, Catarina leva o conhecimento de seus antepassados em fóruns, feiras e oficinas.

O prêmio

Com a conclusão dos recursos contra o resultado provisório da etapa nacional, ficou definida a lista final de vencedores. O resultado foi dividido em duas categorias. Na Categoria 1 – Pessoas Físicas, foram contempladas iniciativas dos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Pará e Alagoas. Na Categoria 2 – Pessoas Jurídicas, venceram ações dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso.

Nesta edição, o Prêmio Rodrigo recebeu um total de 268 inscrições e, como forma de reconhecimento e estímulo ao trabalho desempenhado pelos proponentes, a 35ª edição atribuiu um total de dez prêmios, divididos em duas categorias, sendo: primeiro lugar – R$ 30.000,00; segundo lugar – R$ 25.000,00; terceiro lugar – R$ 20.000,00; quarto lugar – R$ 17.000,00; e quinto lugar – R$ 15.000,00. As cinco ações que foram mais bem votadas serão as premiadas da categoria.

Também foram selecionadas três ações para receberem menção honrosa, com certificado e selo do Prêmio Rodrigo 2022. São eles: Caminhos do Divino, de São Paulo; Museu multimídia Kaingang, de Santa Catarina; e Projeto de Restauração da Igreja de São Benedito e Requalificação do seu Entorno Imediato, pertencente à Comunidade Quilombola Eva Maria de Jesus – “Tia Eva”, de Campo Grande (MS).

As candidaturas foram analisadas em duas etapas. Primeiro, passaram pelas Comissões Regionais e, depois, pela Comissão Nacional de Avaliação, composta por representantes do Iphan e especialistas convidados.

“O Prêmio Rodrigo prestigia, em caráter nacional, as ações de preservação do Patrimônio Cultural brasileiro que, em razão da originalidade, vulto ou caráter exemplar, mereçam registro, divulgação e reconhecimento público”, declarou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “A premiação tem destacado, ao longo dos anos, a diversidade e a riqueza do nosso patrimônio em suas manifestações culturais, antigas e modernas curvas da arquitetura nacional ou em grandiosas paisagens arqueológicas e naturais”, completou ela.

Vencedores

Após as etapas de homologação das inscrições, análise das Comissões Regionais e deliberação por parte da Comissão Nacional de avaliação, as seguintes ações foram declaradas vencedoras do Prêmio Rodrigo 2022:

CATEGORIA 1 – Pessoas Físicas

1º lugar: Catarina Guató – Sabedorias Compartilhadas/Corumbá (MS)

Se trata de uma ação educativa que buscou transmitir conhecimento e a identidade dos ancestrais do artesanato Guató. A atividade é a realização de anos de salvaguarda de um patrimônio que poderia ter sido extinto. Catarina Guató é uma mulher canoeira, artesã, que vem com muitas dificuldades na trajetória compartilhando sabedorias ancestrais realizando oficinas e encontros que valorizam o artesanato de fibras de aguapé de sabedoria Guató. Remando na canoa dos Guató, Catarina leva o conhecimento de seus antepassados em fóruns, feiras e oficinas.

2º lugar: Txemim Puri – promoção, registro e preservação da história, língua e cultura indígena puri/ Mairiporã (SP)

O ‘txemim puri’ é um projeto vinculado ao movimento organizado indígena Teyxokawa puri, realizado por arte-educadores da etnia puri. Atua desde 2018 na promoção, registro e preservação das tradições culturais Puri além de seu reconhecimento na formação e atualidade da sociedade brasileira, numa perspectiva pedagógica que contempla a educação para as relações étnico-raciais.

3º lugar: Rede de ações e interconexões: Pesca Artesanal Colaborativa com Botos e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS- ONU), em Laguna/SC.

O projeto promove a preservação e salvaguarda da pesca artesanal com auxílio dos botos em Laguna (SC), democratizando as pesquisas acadêmicas e o etnoconhecimento que envolvem o saber-fazer. Além disso, realiza ações nos ambientes físico e virtual, com linguagem plural e multidisciplinar e visão para o desenvolvimento sustentável do Patrimônio Cultural Imaterial.

4º lugar: A tradição oleira dos Tapajó, produzir para não esquecer/Santarém (PA)

A maior parte da população de Santarém (PA) desconhece a cerâmica tapajônica e o passado dos Tapajós. O objetivo do projeto é democratizar, socializar e divulgar a história e a memória do povo Tapajó, sua arte e seu modo de vida contados a partir de artefatos cerâmicos para que a população conheça e valorize sua cultura e sua história.

5º lugar: Cocos de Alagoas/ Maceió (AL)

Coco de Alagoas busca enaltecer a memória da prática cultural do coco no estado, realizando uma investigação para mapear e identificar cantadores de Coco, atuantes na região do Baixo São Francisco. Para a documentação da pesquisa foi realizado registro sonoro, fotográfico e videográfico, criando a websérie Cocos de Alagoas, composta por 10 episódios, que difunde o tradicional coco alagoano, em diversos canais de divulgação.

CATEGORIA 2 – Pessoas Jurídicas

1º Moradores – A Humanidade do Patrimônio/ Belo Horizonte (MG)

O projeto de ocupação urbana envolve fotografia, cinema, literatura e oficinas de educação patrimonial. Visa valorizar a memória dos moradores como sendo o maior patrimônio que uma cidade pode ter. A partir de uma tenda numa praça pública e uma equipe de artistas, comunicadores e educadores, já documentou histórias de cerca de quatro mil pessoas, transformando toda essa “memória afetiva” em exposições fotográficas, filmes e debates. Está na sua décima temporada e passou por 25 territórios brasileiros.

2º lugar: Canteiro Vivo – Programa de Educação Patrimonial do Centro Cultural Vila Flores/ Porto Alegre (RS)

O programa trabalha os conceitos de conservação, zeladoria e restauro do Patrimônio Cultural enquanto construção coletiva e transformadora para criar elos

comunitários, por meio da união das dimensões materiais e imateriais do patrimônio. Desde 2019, promoveu a realização de uma exposição, dois fóruns nacionais, uma roda de memória, duas publicações virtuais e quatro produções audiovisuais, além de três oficinas formativas no campo da preservação.

3º lugar: Programa Adote Um Casarão/ São Luís (MA)

O programa tem como objetivo promover a recuperação física do patrimônio imóvel de cunho histórico-cultural pertencente ao governo do estado, diminuindo vazios urbanos na área do centro histórico. Além disso, visa impulsionar o desenvolvimento sustentável e socialmente inclusivo do centro, valorizando o patrimônio histórico e a cultural maranhense.

4º lugar: Associação Amigos do Palacinho e a inserção do museu na rota do turismo no estado do Tocantins/ Palmas (TO)

Restaurar e trabalhar o Museu Palacinho como uma referência da memória sobre a criação do estado do Tocantins, resgatando a estrutura original do prédio, que funcionou como centro das primeiras ações governamentais do mais novo estado da federação. O objetivo é criar um ambiente ideal para atrair toda a sociedade e os visitantes que almejam conhecer um pouco mais da história desta região.

5º lugar: Projeto Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã/ Cuiabá (MT)

Promover a emancipação das mulheres ciganas por meio da valorização e registro de suas culturas e saberes. Reconhecer como parte do rol de conhecimentos não apenas da sociedade mato-grossense, mas de toda sociedade brasileira.

Sustentabilidade Socioeconômica

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade tem abrangência nacional. Promovido pelo Iphan desde 1987, o concurso reconhece iniciativas de valorização do Patrimônio Cultural Brasileiro, considerando a relevância social e caráter exemplar delas.

Em 2022, a premiação tem como tema a Sustentabilidade Socioeconômica do Patrimônio Cultural. O objetivo é engajar os proponentes para a ação, estimulando o desenvolvimento coletivo de soluções criativas. Tais ações apresentam impactos socioeconômicos de valor permanente, consequência de esforços coordenados e canalizados para o bem-estar social. As iniciativas constituem importante ferramenta para o desenvolvimento de contribuições ao Patrimônio Cultural Brasileiro.

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