A Polícia Civil solicitou imagens de câmeras do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) apósdenúcia de suposto estupro envolvendo envolvendo um profissional da equipe de enfermagem e uma paciente de 36 anos, na madrugada do dia 4 de fevereiro, em Campo Grande.
Ao instaurar inquérito, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a delegada Maíra Pacheco, responsável pelas investigações, disse que solicitou a escala de plantão da data dos fatos, porém, ainda não recebeu e por isso não houve a identificação do suspeito.
“Vou fazer a oitiva com o corpo de enfermagem nesta tarde (9). Também estamos no aguardo da escala dos servidores masculinos, no plantão em que houve a denúncia. Em seguida, pretendemos ouvir a vítima e estou somente verificando como está a questão da quarentena da Covid, no caso dela. Por mais que receba alta médica, precisamos também verificar esta questão”, afirmou ao G1 a delegada.
Conforme a delegada, o prontuário médico da paciente também será solicitado. “Queremos entender o que o médico receitou para ela e saber se a questão do uso do óleo de girassol era ou não um procedimento de enfermagem a ser adotado na paciente, pelo fato dela ficar muito tempo deitada”, comentou Pacheco.
A mãe da vítima, de 56 anos, comentou que ela teve alta médico durante a manhã desta terça-feira (9). “Nós estamos aguardando a chegada da cadeira para levá-la para casa. Ela vai continuar lá o tratamento, agora também com acompanhamento psicológico. Minha filha está consciente,com muita vontade de ir para casa.Ela vai se recompor e em breve prestará depoimento na Deam”, ressaltou.
Se o crime for comprovado, o suspeito deve responder por estupro com o agravante pelo fato da vítima estar em condição de enfermidade. Neste caso, a pena pode chegar a 15 anos de reclusão.
Entenda o caso
Internada há 8 dias com o diagnóstico de Covid-19, a paciente gravou um áudio e pediu para a mãe levar até a delegacia, denunciando suposto crime no hospital. No depoimento, ela disse que o suspeito se apresentou durante a madrugada e disse que ia cuidar dela, porém, “foi uma noite de terror”, ainda conforme o relato da mulher.
Segundo a denúncia, a mulher diz que percebeu os fatos quando começou a sentir frio e o suspeito teria retirado a coberta, pegando um óleo e dizendo a ela que “era bom em massagem”. “Eu não conseguia nem entender, falar direito e ele derramou o óleo e senti os dedos dele. Fiquei desesperada, ele pedia calma, pedia para não chamar a atenção e comecei a tossir muito até que outra enfermeira chegou e perguntou o motivo dele estar ali com a luz apagada. Aí depois veio o médico, ele ainda ficou ali um tempo com medo de eu falar algo, até que minha mãe ligou e eu consegui contar por cima”, relembrou.
Após a ligação, a mulher disse que recebeu a visita de uma assistente social, além de outras profissionais que a acalmaram. Em seguida, ela gravou um áudio e a mãe registrou um boletim de ocorrência por estupro de vulnerável.