Ibovespa cai mais de 5% e já acumula baixa de 45% em 2020

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Nova queda levou o índice de referência do mercado acionário brasileiro aos 63.569,62 pontos, menor patamar desde 10 de julho de 2017

O Ibovespa afundou ainda mais nesta segunda-feira (23), ampliando a perda em 2020 para 45%, novamente pressionado pelas apreensões sobre o impacto da pandemia de coronavírus na atividade econômica do país e consequentemente nos resultados de empresas, além da aversão a risco global em razão do vírus.

Uma nova bateria de medidas sócio-econômicas foram anunciadas entre o fim de semana e esta sessão no Brasil e no exterior, mas não foi capaz de sustentar a tentativa de recuperação verificada no começo dos negócios diante da perspectiva crescente de recessão mundial.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou em baixa de 5,22%, a 63.569,62 pontos, mínima desde 10 de julho de 2017, após chegar a 67.603,83 pontos no começo do pregão, em alta de 0,8%. O volume financeiro somou R$ 24,7 bilhões.

Leia mais: Pesquisa prevê PIB negativo de até 4,4% por coronavírus

“Dado o efeito amplamente desconhecido que o coronavírus terá na economia brasileira e o espaço limitado para a política fiscal no Brasil, vemos espaço para mais fraqueza dos lucros (LPS)”, afirmou o Goldman Sachs em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

Mais empresas brasileiras anunciaram suspensão de atividades como medidas de resposta à epidemia do novo coronavírus no país. Klabin e Magazine Luiza reforçaram nesta segunda-feira crescente grupo de grandes companhias que estão parando grandes projetos e paralisando importantes áreas de negócios.

Entre as medidas mais recentes no país, o Banco Central cortou alíquota do compulsório de bancos e o CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou instituições financeiras a captarem com garantia especial do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

No final de semana, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socia) anunciou um pacote de medidas totalizando 55 bilhões de reais, com foco na preservação de empregos.

O número de mortes em decorrência do novo coronavírus no Brasil avançou para 34 nesta segunda-feira, aumento de 36% em relação às 25 registradas até a véspera, informou o Ministério da Saúde. Os casos confirmados de Covid-19 no país atingiram 1.891, avanço de 345 casos (22,3%).

O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse que a pandemia do coronavírus causará uma recessão global em 2020, que poderá ser pior do que a observada durante a crise financeira mundial de 2008-2009, mas que a produção econômica mundial deve se recuperar em 2021.

Destaques

– BRADESCO PN desabou 8,16%, assim como ITAÚ UNIBANCO PN despencou 6,94%, BANCO DO BRASIL ON derreteu 10,04% e SANTANDER BRASIL UNIT teve um tombo de 5,59%, em meio a preocupações sobre possível necessidade de renegociação de dívidas por empresas no âmbito das medidas de combate ao Covid-19. O Credit Suisse disse que, no Brasil, os bancos esperam um aumento na demanda de crédito das empresas, à medida que o mercado de capitais se fecha e à medida que a curva de juros aumenta significativamente, bem como que é provável que os spreads de crédito também aumentem.

– GOL PN recuou 4,81%, mas AZUL PN subiu 3,48%. A Airbus, da qual a Azul é cliente, afirmou nesta segunda-feira que os companhias aéreas podem adiar ou cancelar pedidos de aviões e helicópteros diante da escalada da epidemia do coronavírus. O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse que o apoio do banco de fomento para o setor aéreo já está sendo estudado para ser anunciado nas próximas semanas.

– VALE ON encerrou com declínio de 3,1%, em meio ao tombo de 6% dos preços do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian após o anúncio de medidas mais restritivas pelo mundo para conter a pandemia de coronavírus. A mineradora também decidiu paralisar temporariamente seu centro de distribuição na Malásia.

– WEG ON subiu 8,84%, destaque de alta, no terceiro pregão de valorização, após ter fechado na última quarta-feira na mínima desde o começo de novembro de 2019, na esteira de uma queda de 46,7% desde o Carnaval.

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