Mato Grosso do Sul produziu 45 milhões de toneladas processadas de cana-de-açúcar em 2020, segundo dados da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul). O volume é 1,8% maior que as 44,2 milhões de toneladas produzidas no ano anterior.
Com a chegada da pandemia, as usinas desaceleraram produção de etanol e mais que dobraram quantidade de matéria-prima para produção de açúcar que saltou de 12% para 28% no comparativo com a safra passada. Ainda assim, o percentual para a produção de etanol é de 72%, dentro da média esperada para o Estado, que é o quarto maior produtor do biocombustível no País.
O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, explica que Mato Grosso do Sul vem de duas safras extremamente alcooleiras “favorecidas pelas condições de mercado, com uma melhor remuneração para o etanol e a consolidação do RenovaBio que fizeram com que o mix de produção do biocombustível chegasse a 90%”.
Segundo Hollanda, esse cenário mudou no último ano com a chegada da pandemia, fazendo com que as unidades readaptassem esse mix por conta, principalmente, da redução no consumo de combustível, redirecionando a matéria-prima para a produção de açúcar. “Para complementar tivemos a valorização do dólar, com alta de 30% com relação a 2019, e as cotações do adoçante que também se comportaram em alta, tornando o mercado internacional novamente atraente para o açúcar”, explica.
Outro destaque da temporada é a melhora da qualidade da matéria-prima que atingiu 142,39 kg por tonelada de cana no período acumulado da safra, aumento de 3,7% na concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR/TC).
Mercado
As mudanças no perfil de produção sucroenergética do Estado contribuíram para o saldo positivo da balança comercial do Estado. A exportação de açúcar, de janeiro a dezembro de 2020, atingiu receita de U$$ 299 milhões. O número é do sistema Comex Stat do Ministério da Economia e indica aumento de 346% com relação as vendas externas no mesmo período do ano passado quando registrou ganho de U$$ 67 milhões.
Em quantidade, 1,1 milhão de toneladas do adoçante foram embarcadas pelo Estado em 2020, um aumento de 371% com relação a 2019.
Com os resultados acima, a participação do açúcar na balança comercial do Estado correspondeu a 5%. Canadá, Argélia e China foram os principais mercados de destino do açúcar sul-mato-grossense.