A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (4) a operação Urutau 2, com a intenção de combater o tráfico de animais silvestres. São ao todo 14 mandados de prisões preventivas, 17 mandados de busca e apreensão e 5 mandados de sequestro/apreensão de veículos automotores, a serem cumpridos nos municípios de Ivinhema e Novo Horizonte do Sul, região sul do estado, além de ações simultâneas em São Paulo, Goiânia, Paraná e Pernambuco.
A primeira ação ocorreu no dia 23 de maio de 2019, quando a PF deflagrou a primeira fase e identificou criminosos responsáveis pela intenso tráfico deste animais silvestres. Houve a análise de provas e, desde então, os policiais apreenderam centenas de espécies.
Os envolvidos devem responder pelos crimes de associação criminosa, receptação dolosa qualificada, crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, caça de animais silvestres, falsificação de sinal público/anilhas e crimes contra a fé pública, no caso a falsidade ideológica e a falsificação de documento particular.
Ainda conforme a investigação da PF, entre a comercialização dos ilícitos também estavam inclusive espécies ameaçadas de extinção. Retirados da natureza mediante a caça, os animais eram mantidos em cativeiros. Entre eles estão a arara-canindé, arara-azul, arara-vermelha, ararajuba, jabuti-piranga, jacaré, macaco-prego, sagui de tufos brancos, saíra-pintor e tucano-toco.
PF cumpre mandados de prisão e busca contra organização criminosa que fazia caça ilegal — Foto: PF/Divulgação PF cumpre mandados de prisão e busca contra organização criminosa que fazia caça ilegal — Foto: PF/Divulgação A operação conta com apoio da Polícia Militar Ambiental (PMA) do Mato Grosso do Sul, além da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Paulo, Polícia Militar Ambiental de São Paulo e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a mobilização de 70 policiais federais, 40 policiais militares ambientais e 25 fiscais. O nome da operação é uma alusão aos urutaus: aves exclusivamente noturnas e que utilizam bem a sua plumagem para se camuflar, confundindo-se com o ambiente, de modo a dificultar a sua localização pelos predadores. No caso da operação, os suspeitos praticam crimes ambientais de tráfico de animais silvestres em escala, malferindo a biodiversidade ambiental, ocultando-se na benevolência das penas criminais pífias previstas na Lei Ambiental 9.605/1998, que as qualifica como infrações penais de menor potencial ofensivo.