O pai de um menino de 2 anos procurou a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente) na tarde desta quarta-feira (17) após o filho ter o braço quebrado no Emei Regina Vitorazzi Sebben, no Bairro Nova Lima. A família alega negligência por parte da escola, já que é a terceira vez que ata é registrada de que a criança se machucou durante as atividades.
Enquanto aguardava ser atendido na delegacia, os pais conversaram conosco e explicaram que só ficaram sabendo do ocorrido ao chegarem para buscar o filho, na última segunda-feira (15). “Fiquei esperando o meu filho aparecer e ele só foi sair depois de 40 minutos, com o braço todo inchado”, afirma o pai.
Ele relata que questionou a professora que entregou a criança, que teria dito que o menino tinha “levado um encontrão muito forte com um coleguinha”. “Eu fiquei desconfiado porque o braço estava muito inchado e a professora disse que tinha acabado de acontecer. Lá dentro do Emei mesmo eu liguei pros bombeiros”, explica.
A criança foi encaminhada para a Santa Casa, onde precisou passar por cirurgia, já que foi constatado pelos médicos que ele tinha quebrado o cotovelo. “Meu filho colocou dois pinos no braço e não teve nenhum tipo de apoio da escola. Essa não é a primeira vez que meu filho volta machucado”, afirma.
Atas registradas na escola
A primeira ata foi registrada no dia 26 de abril deste ano e consta que a criança estava brincando no parquinho e, no momento em que fazia uma atividade de dança, teria esbarrado em um coleguinha que teria beliscado o menino.
O segundo registro foi feito no dia seguinte, 27 de abril, e consta no documento escolar que o menino estava fazendo uma atividade no tanque de areia quando teria feito um arranhado em seu próprio rosto. “Reparamos no momento em que saímos do tanque e fomos tirar a areia do corpo, logo não sabemos o momento exato e como ocorreu”, escreveu a professora na ata.
A terceira ata foi registrada no dia 15 de maio e refere-se ao episódio em que o menino quebrou o braço. No documento consta que, no horário de saída dos alunos, a criança estaria saindo do banho e, ao retornar para a sala, um coleguinha teria o puxado e ele acabou caindo por cima do próprio braço.
Os funcionários da escola alegaram que no momento em que o episódio aconteceu o pai já estava no portão e foi chamado. A mãe do menino retornou ao Emei para buscar a mochila e conversou com a coordenadora, que teria se oferecido para levá-los até o posto, mas o pai teria dito que chamaria uma ambulância.
O documento ainda possui uma complementação, na manhã desta quarta-feira (17), afirmando que o pai foi até a escola para conversar sobre o ocorrido com a diretora, as assistentes de sala e a professora. O pai teria questionado o número de crianças na sala “e se as assistentes estão conseguindo administrar isso”.
Na ata, a diretora afirma que “quanto a isso ele poderia ficar tranquilo porque se não houvesse essa boa administração, ela seria a primeira a não querer as meninas em sala, pois estão lidando com vidas pequenas (sic)”. A diretora finaliza o documento relatando que a Semed (Secretaria Municipal de Educação) está ciente do ocorrido.
Entramos em contato com a Semed questionando sobre ocorrido. A pasta informou que o incidente ocorreu por volta das 16h30, no horário de saída da escola, e que o pai já estava esperando o filho na porta da escola.
Confira a nota completa:
Na última segunda-feira (16) no horário da saída (16h30), as crianças do grupo 2 a qual o aluno faz parte, saíam do banheiro quando um dos alunos puxou a camiseta do menino que caiu de mau jeito em cima do cotovelo. O pai só não foi avisado porque ele já estava na frente da Emei esperando pela saída do filho.
A coordenadora ofereceu levar o aluno e o pai ao pronto-socorro, mas o homem recusou ajuda da escola. O caso foi registrado em ata e o documento assinado pelo pai do aluno.