As empresas que já tinham algum vínculo com o governo de Mato Grosso do Sul antes da pandemia de covid-19 ostentam R$ 48,9 milhões em contratos para despesas no enfrentamento da emergência em Saúde. O valor equivale a 69,9% do total dispensado pela administração de Reinaldo Azambuja (PSDB) em compras emergenciais.
Por outro lado, os fornecedores “novatos” somam R$ 21 milhões contratados com o governo – diferença de 132% em relação às empresas já conhecidas do Executivo estadual. As informações constam no Portal da Transparência.
A distância nos valores vai de encontro ao equilíbrio na distribuição dos contratos. A relação de compras emergenciais do governo de Mato Grosso do Sul tem 102 fornecedores até agora – metade já tinha algum vínculo anterior, e a outra metade, não.
Com isso, apesar de preencher 50% da lista de contratadas, as empresas recém-chegadas respondem por menos de um terço dos valores empenhados pelo Estado no enfrentamento da pandemia de covid-19.
A relação de fornecedores que já vendiam para a administração estadual antes da emergência em Saúde é variada. Parte deles tinha contratos com gestões anteriores à de Reinaldo, parte passou a negociar com o governo depois de o tucano assumir. Outra parcela têm vínculos com gestões diversas.
Ao todo, a administração estadual acumula R$ 70 milhões em compras emergenciais para enfrentamento à covid-19. As contratadas são dos mais diversos ramos – desde fornecedoras de insumos hospitalares até desenvolvedoras de software. Cinco delas concentram R$ 21,7 milhões dos gastos.
Além disso, parte dos contratos é custeada com recursos do governo federal, que, apenas em 2020, remeteu R$ 848 milhões para ações na pandemia e para socorrer os cofres estaduais diante da crise econômica.