A Justiça de Mato Grosso do Sul decretou nesta sexta-feira (05), a prisão preventiva do rapaz de 20 anos que dirigia o carro que colidiu com outros na manhã de quinta-feira (04), em Campo Grande.
Para decretar a prisão preventiva, o juiz Alexandre Antunes da Silva levou em consideração o fato do jovem estar em alta velocidade pela via, ter matado duas pessoas e ainda não ter trabalho e nem residência fixos.
O magistrado citou ainda que infere “não ser recomendável a concessão de medidas cautelares mais brandas” porque o crime foi “praticado mediante excesso de velocidade, durante o dia, em via pública da cidade”.
Com o decreto da preventiva, o rapaz só sai da prisão com nova decisão judicial. Ele foi autuado em flagrante logo após receber alta médica devido aos ferimentos causados no acidente.
Alta velocidade e colisão
Jair Fernandes morreu no dia que fazia 49 anos — Foto: Redes Sociais
Conforme o boletim de ocorrência, o jovem seguia com a namorada no carro dele, quando o ex-marido dela pareou a moto, bateu no vidro e pediu que ele parasse o veículo. Ele não parou e aumentou a velocidade, batendo mais adiante em outro automóvel que entrava na via.
O carro que entrava na via rodou na pista e foi parar no canteiro central. Nele estavam Jair Fernandes Pereira, que completava 49 anos, e o amigo, Mauro Jorge Pereira Nantes, de 54.
Os amigos seguiam para um mercado fazer compras para comemorar com churrasco o aniversário de Jair. No entanto, os dois morreram no local da colisão. O carro em que eles estavam ficou destruído.
O ex-marido da passageira do carro em alta velocidade seguia logo atrás e viu o acidente. Ele a tirou do carro e, na versão do namorado dela à polícia, ainda teria dito: “Viu o que vocês fizeram?”.
O homem a levou para a UPA Universitária na moto. No local do acidente ficou o motorista, o qual teve ferimentos leves, foi levado para o mesmo local pelo Samu, recebeu atendimento e no fim da tarde foi levado à Polícia Civil.
O que diz cada um
O ex-marido da passageira do carro foi apontado apenas como testemunha do acidente. Na versão dele à polícia, ele tinha combinado com a ex-mulher de levá-la à Fundação do Trabalho naquela manhã, mas como ela não o atendeu mais, foi até a casa da mãe dela e lá viu quando ela entrou no carro prata.
Ele então foi atrás e, na avenida Guaicurus, pediu que o casal parasse o veículo. O motorista então aumentou a velocidade e seguiu, chegando a mais de 100 km/h, segundo a versão do ex-marido, vindo a bater no carro das vítimas.
Já a mulher, também citada como testemunha, falou que havia combinado com o namorado de ir ao Centro de Campo Grande e que, no caminho, se depararam com o ex-marido em uma moto e este passou a acompanhá-los.
Em um determinado momento, o ex pediu para que o motorista parasse, mas ele se recusou, e, em alta velocidade, ignorou os redutores, vindo a bater no carro das vítimas.
O rapaz preso falou que o motociclista fez menção de estar armado e por isso acelerou o carro, e em seguida houve a colisão.