Foi “vapt–vupt“! Não demoraram poucas horas para os desembargadores, investigados pela PF (Polícia Federal), retirarem as tornozeleiras eletrônicas. Conforme apurado pelo Primeira Página, todos os magistrados retiraram os equipamentos de monitoramento, na tarde dessa sexta-feira (14), logo após o MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CRISTIANO ZANIN DETERMINAR A RETIRADA DA MEDIDA CAUTELAR.
Sideni Soncini Pimentel, Vladimir Abreu da Silva, Marcos José de Brito Rodrigues e Alexandre Bastos retiraram as tornozeleiras muito mais rapidamente do que as colocaram. À época da decisão para a inclusão dos magistrados no sistema de monitoramento, os cinco desembargadores demoraram 13 dias para instalar os acessórios.
A apuração do indica que, assim que os advogados dos desembargadores foram informados da derrubada da medida cautelar, os magistrados iniciaram a retirada das tornozeleiras. Conforme determinação do STF, todos também entregaram os passaportes à PF.
Os desembargadores são suspeitos de participarem de um esquema de venda de sentenças no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). A investigação da PF mostrou ligações dos magistrados em esquemas de decisões.
Há 10 dias, Zanin também suspendeu o monitoramento do desembargador Sérgio Fernandes Martins, um dos investigados, e determinou retorno dele à presidência do TJMS. Ao contrário de Martins, os demais desembargadores seguem afastados de suas funções.
Conforme apurado pela reportagem, Sérgio Martins retirou o equipamento de monitoramento no dia 9 de dezembro, quatro dias depois da decisão que colocou fim a medida cautelar.
Além do fim do monitoramento, o ministro Zanin também determinou o retorno de Sérgio Martins ao cargo de desembargador e por consequência, para a presidência do TJMS. Ele estava afastado desde o dia 24 de outubro, quando foi alvo da Operação Ultima Ratio.
Ultima Ratio
Os desembargadores foram alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, cumpridos pela Polícia Federal, no dia 24 de outubro, durante a operação “Ultima Ratio”. A operação, que foi deflagrada após três anos de investigações, apura crimes como lavagem de dinheiro, extorsão, falsificação e organização criminosa.
Ao todo, 44 mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), com ações realizadas em Campo Grande, Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT). Os suspeitos são investigados pelos crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.