Na manhã desta sexta-feira (26), os diretores do Sinergia-MS e os eletricitários estão em frente da Energy, em Naviraí, para um culto ecumênico pelos 7 dias de falecimento do trabalhador Wesley Tavares de Oliveira, de 35 anos, após acidente com o caminhão da empresa durante plantão de manutenção da rede elétrica. Familiares do eletricista também estão presentes.
“Esse é um momento de muita tristeza para toda a categoria. O sindicato acompanha a situação dos trabalhadores que ficaram feridos e da família do Wesley, conseguimos inclusive que fosse prestada a assistência necessária para o translado do corpo”, destaca o presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas.
O eletricista é da cidade de Rosana, em São Paulo. Durante a ação, o sindicato também denuncia as péssimas condições de trabalho aplicadas pela Energy, terceirizada da Energisa.
O acidente que provocou a morte do eletricista ocorreu no dia 19 de fevereiro, na MS 295, em Iguatemi. Conforme as informações apuradas pelo sindicato, a equipe saiu de Naviraí para realizar a troca de um transformador em Tacuru.
“Esse serviço surgiu de madrugada, eles estavam trabalhando desde às 7 horas da manhã e foram chamados para o plantão. O acidente aconteceu quando a equipe retornava para Naviraí e tudo indica que eles dormiram. É um trabalho pesado e eles estavam cansados”, afirma o diretor do Sinergia-MS e técnico de segurança do trabalho da Energisa-MS, Francisco Ferreira.
O motorista teria perdido o controle do caminhão da empresa e atingido uma árvore às margens da pista. Com o impacto da colisão, o veículo pegou fogo. Três trabalhadores conseguiram sair, mas Wesley ficou preso às ferragens e morreu carbonizado.
No local, não foram encontradas marcas de frenagem na pista, objetos ou obstáculos que tenham contribuído para o acidente.
Para o Sinergia-MS, o acidente é um exemplo dos perigos da terceirização e do descaso da Energy com os trabalhadores. A empresa tem sede em Maceió (AL) e iniciou as atividades no Estado em julho de 2020.
“Tivemos muita dificuldade em fechar acordo coletivo de trabalho com essa empresa. A categoria realizou paralisações e greves porque a Energy se recusava a atender as reivindicações dos trabalhadores e condições mínimas já praticadas por outras empresas no Estado”, lembra Elvio Vargas.
O ACT entre os trabalhadores e a Energy foi fechado somente após mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ainda conforme o sindicato, as péssimas condições de trabalho enfrentadas pela categoria são consequência da terceirização desenfreada.
“Por essas fatalidades que o Sinergia faz uma luta contra a terceirização da forma que é praticada. Serviços de atividade fim como manutenções emergenciais, manutenções preventivas, ligações, cortes, deveriam ser feitos diretamente pela Energisa e não por empresas terceirizadas”, afirma Elvio Vargas.