Para a polícia, estradas menos movimentadas por causa da pandemia contribuem para o aumento nas apreensões. Segundo a Receita Federal, em 2019, o Brasil deixou de recolher R$ 12 bilhões em impostos com o contrabando de cigarros.
Já virou rotina em Mato Grosso do Sul, as apreensões de cigarros contrabandeados do Paraguai são diárias e em grande quantidade. Os criminosos não se preocupam mais em esconder o produto, as carretas são carregadas com centenas de caixas e o transporte passou a ser feito durante o dia.
Balanço divulgado pelo Departamento de Operações de fronteira (DOF), mostra que de janeiro a agosto foram apreendidos em Mato Grosso do Sul, 893 mil pacotes de cigarros contrabandeados, um aumento de 543% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram apreendidos 125 mil.
Além de caminhões, os contrabandistas usam carros. A Receita Federal de Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai recebe, em média, 4 veículos cheios de cigarros todos os dias.
“86% da nossa fronteira do Brasil com o Paraguai está em Mato Grosso do Sul e boa parte dela de fronteira terrestre, aí a facilidade de ocorrer esses crimes”, disse o delegado da PF, Marcelo Brito.
A quantidade é tão grande, que recentemente, um grande carregamento foi transportado até o Paraná, para que fosse feita a incineração, pois não havia espaço para armazenar em Mato Grosso do Sul.
Segundo a Receita Federal, em 2019, o Brasil deixou de recolher R$ 12 bilhões em impostos com o contrabando de cigarros. Para o DOF, as estradas com pouco movimento por causa da pandemia vem ajudando a polícia a fazer mais apreensões.
“Para que possa ser cometido o crime de tráfico, veículos são roubados, ameaças são proferidas, homicídios ocorrem. Por trás desse cigarro há um rastro de sangue e violência”, explicou o Coronel do F, Wagner Ferreira.