A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (23), três mandados de busca e apreensão em Campo Grande, no âmbito da operação “Sem desconto”, que apura fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo a polícia, entidades investigadas descontaram de aposentados e pensionistas valores que chegam aos R$6,3 bilhões. Os desvios ocorreram entre 2019 e 2024.
Ao todo, 211 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 13 estados e no Distrito Federal:
Entre os itens apreendidos nos 34 municípios onde as buscas foram feitas, estão carros de luxo, joias, obras de arte e dinheiro em espécie. Em Campo Grande, segundo a PF, foram apreendidos apenas HDs, notebooks, celulares e documentos.
O esquema
A fraude é investigada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) e identificou que eram feitos descontos mensais de aposentados e pensionistas como se eles tivessem se tornado, espontaneamente, membros de associações de aposentados quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Apurações da CGU apontaram que de 1.300 aposentados e pensionistas entrevistados pelo órgão, 97% afirmou nunca ter autorizados descontos em seus benefícios.
A Controladoria conclui, ainda, que em 72% dos casos, as entidades não entregaram ao INSS a documentação necessária para fazer os descontos diretamente nos benefícios, e que houve falsificações de assinaturas.
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Aposentados e pensionistas que tiverem descontos indevidos de mensalidade em associações no extrato de pagamento (contracheque) podem pedir exclusão do débito de forma automática pelo aplicativo ou site Meu INSS, conforme explica a PF.
