Mato Grosso do Sul encerra na sexta-feira (31) a safra 2022/2023 de cana-de-açúcar. A estimativa da Associação dos Produtores de Bioenergia do estado (Biosul) é que a moagem fique pouco acima das 43,5 milhões de toneladas — volume atingido até a primeira quinzena de março.
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira (29), pelo diretor-executivo da entidade, Érico Paredes, na abertura da Expocanas 2023, em Nova Alvorada do Sul. O evento é um dos principais do setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul.
O volume processado no acumulado da safra até o dia 15 de março já é 11,49% maior do que o registrado em todo o ciclo anterior, que foi de 40,9 milhões de toneladas.
Com maior disponibilidade de matéria-prima, as indústrias produziram mais. A produção de açúcar passou de 1,378 milhão de toneladas para 1,457 milhão de toneladas (5,7% a mais). A de etanol cresceu 33,3%, saltando de 2,4 bilhões de litros para 3,2 bilhões. O biocombustível também contabiliza a produção feita a partir de milho, que representou 21% do total.
A bioeletricidade disponibilizada no sistema nacional teve incremento de 5,42%, avançando de 2,21 milhões de MWh para 2,33 milhões de MWh.
Na temporada prestes a se encerrar, o estado se manteve, conforme a Biosul, como o quarto maior produtor brasileiro de cana, de etanol e de bioeletricidade e o quinto de açúcar.
O setor fecha o ciclo contabilizando 30 mil postos de trabalho diretos e pelo menos 90 mil indiretos, conforme a entidade. A associação diz que o segmento tem ainda as melhores médias salariais na indústria e na agricultura e uma massa salarial de R$ 834 milhões. A atividade representa 15% do PIB industrial sul-mato-grossense.
Próxima safra
Durante o evento, o diretor-executivo da Biosul também apresentou as projeções para o próximo ciclo, 2023/2024, que começa já no dia 1º de abril. A estimativa é de um crescimento de 9,5% na moagem de cana, que deve atingir as 47,6 milhões de toneladas e, por consequência, também dos produtos do setor: açúcar, com 1,741 milhão de toneladas (19,5% a mais); etanol, com 3,7 bilhões de litros (14,5% a mais) e bioeletricidade, com 2,57 milhões de MWh (9,5% a mais).
Érico comenta que o setor entra em uma terceira fase de expansão no estado. “Além de ampliação do parque industrial, contamos com a chegada de novas unidades que devem entrar em operação já neste novo ciclo”, explicou
Além das usinas de processamento de cana-de-açúcar, ele aponta que uma das novidades na safra prestes a ser encerrada foi o início do processamento de etanol de milho, com a entrada em operação de uma unidade em Dourados, em 2022.
“Se trata de uma atividade de alto investimento, alinhada nos quesitos de sustentabilidade, que contribui na movimentação de outros elos da cadeia produtiva e reforça a aptidão do Estado como produtor de energia limpa e renovável, sendo complementar à cana”, completou o diretor-executivo da Biosul.