‘Precisamos de coordenação e solidariedade para que sejamos capazes de controlar a varíola dos macacos’, disse
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, neste sábado (23), que a doença varíola dos macacos agora é considerada uma emergência de saúde pública global.
“Acreditamos que isso possa mobilizar o mundo a agir em conjunto. Precisamos de coordenação e solidariedade para que sejamos capazes de controlar a varíola dos macacos”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
“Com as ferramentas que temos agora, nós podemos controlar esse surto e parar a transmissão”, acrescentou.
Em seu pronunciamento, Tedros explicou que são considerados cinco elementos para a tomada de decisão se um surto constitui uma emergência global.
“Primeiro, as informações fornecidas pelos países – que neste caso mostram que esse vírus [varíola dos macacos] se espalhou rapidamente para muitos países que não o viram antes”, disse o diretor da OMS.
Em segundo lugar, ele cita que foram atendidos os critérios do Regulamento Sanitário Internacional – uma norma jurídica que a OMS segue.
Em terceiro lugar, é levada em consideração a opinião do Conselho do Comitê de Emergência, que, neste caso da varíola dos macacos, não chegou em consenso.
“Quarto: princípios científicos, evidências e outras informações relevantes, que atualmente são insuficientes e nos deixam com muitas incógnitas”, afirmou Tedros.
“Quinto: o risco para a saúde humana, disseminação internacional e o potencial de interferência no tráfego internacional”, acrescentou.
A avaliação da OMS é que o risco de varíola é moderado globalmente e em todas as regiões, exceto na região europeia, onde avaliamos o risco como alto.Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS
“Então, resumindo, temos um surto que se espalhou pelo mundo rapidamente, através de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e atende aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, concluiu o diretor da OMS.
Brasil tem 607 casos
Após quarenta e quatro dias do primeiro caso de monkeypox, a varíola dos macacos, o Brasil já soma 607 casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A maior parte deles, 438, estão no estado de São Paulo.
Entre os casos registrados, 86 são do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 12 do Distrito Federal, 10 do Paraná, 8 de Goiás, 5 da Bahia, 2 do Ceará, 3 do Rio Grande do Sul, 2 do Rio Grande do Norte, 2 no Espírito Santo, 3 em Pernambuco, 1 em Mato Grosso do Sul e 1 em Santa Catarina.
O ministério afirmou, em nota, que mantém articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes. O número total de casos publicados pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (21) é 13% maior do que o divulgado no dia anterior, quarta-feira (20).
Apesar do nome da infecção, macacos não transmitem a varíola. A varíola dos macacos é uma doença transmitida principalmente pelo contato íntimo e troca de secreção entre pessoas.
Isso quer dizer: abraço, beijos, contato sexual, compartilhamento objetos de higiene pessoal, talheres etc. Além disso, o vírus também se espalha por vias respiratórias, mas essa situação é menos comum do que a primeira. Na maior parte dos casos, a infecção não é letal, mas pode se manifestar de forma mais grave em pessoas com comorbidades.