O Ministro da Justiça e segurança publica,e as polícias civis de todo o país deflagraram, nesta sexta-feira (4), a operação Vetus, de combate a crimes de violência contra idosos. A força-tarefa ocorre nos 26 estados e no Distrito Federal.ADe acordo com o Ministério da Justiça, a operação investiga o aumento de casos de maus-tratos contra idosos durante a pandemia.
Segundo dados do Disque 100, que recebe denúncias de violações de direitos humanos, foram registradas 6.814 denúncias de crimes contra idosos do dia 1º de outubro até esta sexta-feira (4).Foram mais de 25 mil denúncias em todo o país entre março e junho deste ano, segundo números do Disque 100, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Dados foram obtidos via Lei de Acesso à Informação.
Entre março e junho deste ano, foram 25.533 denúncias. No mesmo período de 2019, foram 16.039.Os dados são do Disque 100, plataforma do Ministério da Família e Dreitos Humanos(MMFDH).
O estado que apresentou maior crescimento no número de denúncias entre 2019 e 2020 foi o Tocantins. Tinham sido 43 denúncias entre março e junho do ano passado, contra 106 neste ano — um aumento de 147%.
Outros estados com aumento mais expressivo de denúncias entre os dois anos foram o Rio de Janeiro (+88%), o Pará (+83%), o Distrito Federal (+82%) e o Rio Grande do Norte (+81%).
Além da dificuldade em denunciar, o presidente da SBGG afirma que outro desafio é o reconhecimento do problema por profissionais de saúde. “O médico, enfermeiro ou assistente social que atende aquele idoso acaba não identificando a violência. Existe o costume de procurar marcas pelo corpo de violência física, e a violência emocional passa despercebida”, diz Uehara.
Segundo a Promotora do Idoso do Ministério Público de São Paulo Cláudia Maria Beré, a maioria dos casos de violência contra o idoso são de negligência — quando o cuidador do idoso não presta assistência ao idoso, ou presta assistência insuficiente — e de violência psicológica.
“É muito comum a violência por meio de ofensas morais, ficar diminuindo o valor do idoso, falando que ele não serve para nada, que só dá trabalho”, explica a promotora.
A violência contra o idoso é crime que pode ter pena de seis meses a um ano de reclusão, além de multa. Mas, quando o caso não vai para a área criminal, outros caminhos são possíveis.
“Mediação, aconselhamento e encaminhamento do agressor para um atendimento psicológico são algumas das opções quando a pessoa denuncia para um órgão como o Disque 100, por exemplo”, explica Beré.
“Alguém vai fazer um acompanhamento da dinâmica daquela família. Muitas vezes é preciso esse olhar de fora, porque o familiar não percebe que está cometendo violência. É um comportamento diário, muitas vezes já visto como algo comum”, afirma a promotora.
www.imprensams.com.br