Pedágio na BR-262, BR-267 e MS-040: saiba quanto e quando você vai pagar

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Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395 – deve estar oficialmente sob concessão do Consórcio Caminhos da Celulose até o fim de novembro de 2025, prazo legal para assinatura do contrato. A partir daí, a concessionária inicia a operação e os investimentos nos 870,3 quilômetros do sistema rodoviário da região leste de Mato Grosso do Sul. E o pedágio, quanto vai custar e quando começará a ser cobrado?

No vídeo abaixo, a secretária especial do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas) do Governo do Estado, Eliane Detoni, explica os próximos passos da concessão.

Levantamento feito pelo EPE, a pedido do Primeira Página, aponta os seguintes valores da tarifa para automóveis (há multiplicador de tarifa conforme classe do veículo) nos 14 pórticos de pedágio – sendo dois em dois pontos de pista dupla – da Rota da Celulose:

  • BR-262: R$ 12,60 (km 39 – entre Três Lagoas e Água Clara); R$ 14,75 (km 104 – entre Três Lagoas e Água Clara); R$ 16,55 (km 207 – entre Água Clara e Ribas do Rio Pardo); R$ 13,70 (km 292 – entre Ribas do Rio Pardo e Campo Grande); TOTAL R$ 57,60;
  • MS-040: R$ 14,95 (km 47 – entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo); R$ 14,90 (km 123 – entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo); R$ 11,35 (km 217 – entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo); TOTAL R$ 41,20;
  • MS-338R$ 10,40 (km 312 – entre Santa Rita do Pardo e Bataguassu);
  • BR-267: R$ 5,15 (km 21 – entre divisa MS-SP e Bataguassu); R$ 12,10 (km 66 – entre Bataguassu e Casa Verde); R$ 10,05 (km 130 – entre Casa Verde e Nova Alvorada do Sul); R$ 16,40 (km 180 – entre Casa Verde e Nova Alvorada do Sul); TOTAL R$ 43,70.

Esses valores estão atualizados com base no percentual de desconto de 8% apresentado pelo Consórcio Caminhos da Celulose no leilão, realizado em maio de 2025. Conforme o projeto, os pórticos de pedágio deverão estar instalados até o final do 12º mês da concessão e iniciarão a operação no início do 13º mês. Ou seja, os usuários das rodovias devem começar a pagar o pedágio a partir do fim de novembro de 2026.

Tabela da tarifa de pedágio, após desconto ofertado pela concessionária no leilão, na Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040 e MS-338 (Foto: EPE)
Tabela da tarifa de pedágio, após desconto ofertado pela concessionária no leilão, na Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040 e MS-338 (Foto: EPE)
Entretanto, a secretária especial do EPE, Eliane Detoni, explicou ao Primeira Página que a cobrança não começa de forma automática e precisa ser aprovada pela Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul), que vai analisar se todas as intervenções previstas no primeiro ano de contrato foram concluídas.
“Quais são essas intervenções? Nesse primeiro ano a gente não tem ampliação de capacidade, mas tem toda a etapa de conservação rodoviária, de pavimentos, todas as obras de arte especiais, recuperação das pontes, sistema de drenagem, canteiro central, todas as edificações, instalações operacionais que vão precisar ser construídas. O SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) com toda a infraestrutura para o usuário da rodovia, inclusive com carregamento para veículos elétricos, essa já foi uma inovação que a gente colocou em todos os SAUs. A gente também tem toda a infraestrutura da Polícia Rodoviária Federal e Militar Rodoviária, construção de postos fiscais, a gente tem a unidade operacional também. São 13 Serviços de Atendimento ao Usuário. Além dos pórticos free-flow, que serão os pórticos de pedágio, todo o sistema wireless na rodovia, para que haja conectividade na rodovia, painéis de mensagem, sistema de telefonia também. Temos também toda a infraestrutura de equipamentos: guincho leve, guincho pesado, ambulâncias, o VIT, que é o veículo de inspeção de tráfego, além de todas as câmeras que a gente vai ter na rodovia, com todo esse monitoramento, a gente tem esse veículo que fica 24 horas também na rodovia. Então eventual acidente ou emergência mecânica, a gente já tem um atendimento imediato. Após tudo isso, após cumprida toda essa primeira etapa, então aí sim a Agência de Regulação, autorizando, se inicia a cobrança de pedágio”, detalhou Eliane Detoni.
A concessão da Rota da Celulose prevê o Free Flow — ou “pedágio eletrônico em livre passagem”, que é o modelo de cobrança de tarifa que elimina praças físicas e cancelas. Veículos passam, na velocidade permitida na via, por pórticos que identificam automaticamente TAGs ou placas e a cobrança é feita de forma eletrônica e proporcional ao uso da via.
Nesse modelo, não existem cancelas que obriguem a reduzir velocidade ou parar nas rodovias concedidas. Em pontos estratégicos da rodovia são instalados pórticos com sensores, leitores de TAGs (transponders) e câmeras que leem placas (ANPR) automaticamente. Sempre que um veículo cruza um pórtico a passagem é registrada eletronicamente e a identificação pode ocorrer por etiqueta eletrônica (TAG) ou leitura da placa.
“Os pórticos sem parar, free-flow como a gente chama, eu acho que é um caminho sem volta. A gente observa no país as rodovias que sempre foram operadas com praça de pedágio já estão trabalhando para migrar pros pórticos. Além da gente trazer muito mais segurança pra rodovia, você melhora a condição do pavimento, porque você tem aí um pavimento que vai se manter íntegro durante muito mais tempo, porque você evita aquela frenagem, a aceleração e desaceleração do veículo. Isso tem um impacto muito relevante também nas questões ambientais, de emissão de poluentes. A gente tem uma melhoria substancial na manutenção dos veículos, especialmente veículos pesados, tem um impacto muito relevante, frenagem e aceleração, economia na troca de pneus e de combustível. Então é um conjunto de melhorias que a gente vai trazer, além de melhorar a segurança e diminuir o tempo de percurso dos usuários. Não parece, mas cada praça de pedágio que você para, a depender do volume de veículos que tiver, são alguns minutos que você perde na sua viagem”, destacou a secretária do EPE.
No sistema de pedágio eletrônico, a tarifa poderá ser paga de duas formas:
Leitura de etiqueta eletrônica (TAG): o usuário-consumidor poderá adquirir a etiqueta eletrônica para pagamento da tarifa de pedágio com possibilidade de desconto.
Leitura da placa do veículo: após passar pelo pórtico, o usuário-consumidor deverá procurar a concessionária, em seus canais de atendimento, para efetuar o pagamento da tarifa de pedágio de modo a não configurar evasão de pedágio. No caso do não pagamento da tarifa eletrônica durante a passagem pelo pórtico, o usuário consumidor deverá providenciar a regularização do pagamento junto à concessionária em até 30 dias.
Eliane Detoni ressaltou que será feito trabalho de educação do usuário da rodovia para que ele saiba com antecedência que precisa pagar esse pedágio. “Isso tudo vai ser facilitado, nos próprios SAUs a gente vai contar com totens para pagamento. Mas a gente vai fazer todo um trabalho para incentivar a instalação de TAGs, porque o usuário é beneficiado também porque ele tem 5% de desconto na tarifa.”

BR-262 integra concessão da Rota da Celulose em MS (Foto: Marcus Vinnicius)
Duplicação e ampliação de capacidade
Ao todo, 870,3 quilômetros de rodovias da região leste de Mato Grosso do Sul serão entregues à iniciativa privada:
BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas;
BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu;
MS-040 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo;
MS-338 entre Santa Rita do Pardo e entroncamento da MS-395;
MS-395 entre o entroncamento da MS-338 e Bataguassu.
Desses 870,3 km, só 115 km terão pista dupla – sendo 101,730 km na BR-262 (entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo) e 13,5 km na BR-267 (entre Bataguassu e a divisa MS-SP).
“Essa é sempre uma expectativa que o usuário tem e que a gente também tem, porque quando a gente estrutura um projeto como esse, idealmente, a gente gostaria de colocar duplicação integral na rodovia. Mas a gente precisa equacionar a demanda que a gente tem nessa rodovia e os investimentos que serão necessários. Eu posso afirmar que a gente conseguiu um nível de investimentos para esse conjunto de rodovias muito significativo e muito seguro pela demanda que a gente tem projetada. Por que eu estou falando da demanda projetada? Porque a gente estabelece e define todo o projeto com a demanda atual, a gente projeta uma demanda futura, mas a gente precisa pensar no que é razoável entre o custo dos investimentos e o valor da tarifa, que é entender qual é a disposição a pagar que o usuário tem. Então, a gente precisa entender também a modicidade tarifária e tudo que está envolvido. A gente teria uma tarifa insustentável se a gente fosse fazer a duplicação integral na rodovia. E o estudo de demanda não aponta a necessidade de duplicação por muitos anos. Ela [BR-267] não tem duplicação, mas tem acostamentos, tem vias marginais, terceiras faixas, são quase 100 km de terceiras faixas, quer dizer, são outros mecanismos de ampliação de capacidade, são outras infraestruturas que darão toda essa segurança. Se a gente atingir um nível de serviço que obrigue ampliação de capacidade, isso está previsto no contrato, isso será feito”, garantiu a secretária.
Rota da Celulose
O valor estimado do projeto da concessão é de aproximadamente R$ 10,098 bilhões, sendo R$ 6,907 bilhões (CAPEX) e R$ 3,191 bilhões (OPEX). A concessão prevê recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo de 30 anos.

Serão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780,00 m² obras de arte especiais. A malha passa a ter 100% de acostamento.
A concessão prevê o atendimento às diretrizes do programa Estrada Viva, do Governo do Estado, para preservação da fauna silvestre. Entre eles, a implantação de dispositivos de prevenção de acidentes como passagens de fauna, tela condutora, placas de alerta e lúdicas, controladores de velocidade bem como serviço de Resgate e Reabilitação de Fauna e ações de educação ambiental dos usuários e comunidade em geral.
Duplicação da BR-262
Conforme os estudos técnicos do projeto, a BR-262 terá pista dupla em sua totalidade entre Campo Grande (intersecção com a BR-163) e Ribas do Rio Pardo (acesso à Suzano Celulose).

Mapa mostra trecho da BR-262 que será duplicado entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo (Foto: EPE)
Dos 101,73 quilômetros, a maior parte terá duplicação com canteiro central. Só os 22 quilômetros dentro da capital sul-mato-grossense (antes do cruzamento com a linha férrea) terão duplicação com barreiras de concreto New Jersey.

Ribas do Rio Pardo terá 12,165 quilômetros de contorno rodoviário duplicado, para desviar o trânsito de veículos pesados de dentro da área urbana.
Os outros 69% da BR-262 – 226,47 quilômetros entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas – receberão 57,57 km de terceira faixa e 21,98 km de acostamentos.
Duplicação da BR-267
Com total de 248,1 quilômetros, o trecho da BR-267 entre a divisa SP-MS e Nova Alvorada do Sul terá apenas 13,5 km de duplicação, em Bataguassu.
Há previsão de implantação de 73,58 km de terceira faixa no restante da rodovia que continuará com pista simples.



MS-040 integra concessão da Rota da Celulose em MS (Foto: Marcus Vinnicius)
MS-040, MS-338 e MS-395
As outras três rodovias que integram a Rota da Celulose – ligação diagonal de 294,1 quilômetros entre Campo Grande e Bataguassu passando por Santa Rita do Pardo – não terão duplicação.
Porém, receberão outros investimentos:
Acostamentos
327 km na MS-040;
103,62 km na MS-338;
2,68 km na MS-395.
Terceira faixa
103,78 km na MS-040;
14,13 km na MS-338;
800 m na MS-395.
Edificações e dispositivos
4 postos do Serviço de Atendimento ao Usuário;
2 postos da Polícia Militar Rodoviária;
1 Posto de Parada e Descanso.
Viaduto no entroncamento com a BR-163, em Campo Grande.

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