A pandemia de Covid-19 fez um ano. Neste período, profissionais de saúde, cientistas e todos nós aprendemos muito sobre a doença que mudou a forma em que vivemos, pelo menos temporariamente.
Aprendermos ainda sobre a importância de lavar as mãos, de não compartilhar produtos de higiene e a usar máscaras. Vimos também que não estar em locais com muita gente é importante para não ficar doente e que estar ao livre é muito mais do que contemplar o céu. É questão de saúde.
Mas o que poucos sabem é que a ciência, a pesquisa, foram fundamentais para a cura de muitos pacientes que tiveram a infecção pelo novo coronavírus. E essencial para o desenvolvimento de vacinas que são a solução para o fim da pandemia.
“Em um ano de pandemia está cada vez mais claro que nós temos que valorizar a ciência. Isto está claro, evidente”, resume Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz, médico-infectologista e professor de medicina na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Ele explica que foi a partir da pandemia de Covid-19 é que muitas pessoas se conscientizaram sobre a necessidade de ciência em saúde e da importância dos conhecimentos adquiridos através dela para se prevenir doenças. E o legado que fica é de que é preciso investir em pesquisas para se evitar momentos como o que estamos vivendo: “O pior momento da pandemia”.
pesquisador da Fiocruz e professor Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Julio Croda — Foto: GloboNews
“O aprendizado que fica para o futuro é de que a gente deveria basear novas ações no que a ciência aponta como mais recomendado. Além disso, os países deveriam fazer investimento maior do seu PIB em ciência”.
Júlio Croda explica que a soma do aumento da densidade populacional com a proximidade com o ambiente selvagem podem fazer surgir novos vírus, novas bactérias e para que não haja pandemias, a de Covid-19 mostra que investir em ciência para se ter respostas rápida é extremamente necessário.
“O estado deveria investir numa vigilância das doenças, de forma geral, no ponto de vista de monitorar o surgimento de novos vírus, novas bactérias, que possam trazer impacto para a humanidade; propor intervenções de controle mais precoce de doenças, para elas acabarem antes de se disseminarem”.
Vacina contra a Covid-19 — Foto: Divulgação/Prefeitura
Ele cita ainda a relação ciência, saúde e economia. “Quanto mais rápido o controle dessa doença [Covid-19], mais rápido será a retomada da economia. Quanto mais rápido nós vacinarmos a população, mais rápido será a retomada da economia. Então, a saúde e a ciência são áreas estratégicas de qualquer governo”.
O pesquisador acredita que novas pandemias podem surgir no futuro e o resultado de cada uma vai depender, mais uma vez da ciência. ” A gente vai viver outros momentos como este. Mas o que vai fazer a diferença vai ser responder a esses eventos. E a resposta para isso se chama investimento em ciência”, finaliza Croda.