Dólar sobe pela quinta vez consecutiva e vale R$ 5,23

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Valorização de 1,76% da moeda norte-americana ocorreu após dados apontarem que os EUA estão deixando para trás o pior da crise

O dólar engatou nesta terça-feira (16) a quinta alta seguida ente o real. Com a valorização de 1,76%, a moeda norte-americana passou a ser negociada a R$ 5,232.

O avanço da divisa ocorreu após dados turbinarem expectativas de que os Estados Unidos estão deixando o pior da crise econômica do coronavírus, o que endossou o status do dólar como porto seguro.PUBLICIDADE

Inicialmente, os números positivos do varejo nos EUA elevaram o apetite por risco nos mercados de câmbio, mas a combinação deles com declarações ainda cautelosas do presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, acabou aumentando a demanda pela segurança da moeda dos EUA.

Powell disse que o Fed não vê como atrativa a ferramenta de juros negativos, que não há decisão sobre controle da curva de Treasuries e que o banco central vai desacelerar as recém-anunciadas compras de títulos corporativos individuais caso o funcionamento do mercado melhore.

Todos esses motivos haviam sido citados recentemente como fatores de queda do dólar nos mercados internacionais. O dólar também se apreciou na esteira de notícias de que Pequim e províncias da China impuseram restrições de viagem devido a aumento de casos de coronavírus, o que provocou temor de uma segunda onda de infecções.

No Brasil, a valorização da divisa foi respaldada ainda pelo clima de incerteza do lado político, que na visão do mercado atrapalha a retomada dos debates sobre reformas econômicas. O tombo pior que o esperado nas vendas do varejo brasileiro em abril tampouco ajudou.

O mercado já devolveu parte do recente rali no exterior, enquanto aqui o dólar se afasta mais das mínimas abaixo de R$ 5 atingidas no começo de junho. Enquanto aumentam temores sobre impactos negativos de tanta oscilação na taxa de câmbio no Brasil sobre a esperada recuperação, analistas adotam cada vez mais cautela sobre o recente otimismo nos mercados externos.

“Ainda vejo desafios pela frente e uma recuperação muito heterogênea da economia, uma vez passados esses efeitos iniciais. O mercado tem sim motivos para celebrar, mas precisamos sempre medir o que já está no preço em cada momento do tempo”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.

No Brasil as atenções estarão voltadas para a decisão de política monetária do Banco Central. Há especulações de que o BC pode deixar a porta aberta para novos cortes da Selic diante das fracas leituras de inflação e do colapso da economia.

O real perde 23,31% no ano, pior desempenho global. A queda dos juros é citada como elemento que pressionou o câmbio nos últimos tempos, já que reduziu a taxa paga por títulos de renda fixa e colocou o Brasil em desvantagem em relação a outros emergentes com juros básicos mais elevados.

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