mais de 8 mil afastados do trabalho por questões de saúde menta

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Mato Grosso do Sul registrou 8.545 afastamentos por ansiedade, depressão e outras doenças relacionadas à saúde mental em 2024. Os dados, obtidos com exclusividade são do Ministério da Previdência Social.

➡️ Os dados representam afastamentos e não trabalhadores. Isso porque uma pessoa pode tirar mais de uma licença médica no mesmo ano e esse número é contabilizado mais de uma vez.

De acordo com o governo federal, a ansiedade lidera o ranking das doenças, com 2.516 concessões, seguida da depressão, com 2.408 pedidos de afastamentos ao longo do ano passado em Mato Grosso do Sul.

O levantamento ainda conta com licenças por transtorno bipolar, esquizofrenia, vícios em drogas e álcool, entre outros. Veja a lista abaixo.

Afastamentos em 2024 relacionados à saúde mental em MS

DoençaNúmero de concessões
Ansiedade2.516
Depressão2.408
Depressão recorrente1.556
Transtorno bipolar861
Reações ao “stress” grave e transtornos370
Vício em drogas340
Alcoolismo176
Esquizofrenia158
Vício em cocaína89
Transtorno de personalidade71

Fonte: Ministério da Previdência Social

➡️ O benefício do afastamento é concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é preciso passar por uma perícia médica, na qual é declarada qual doença justifica a licença.

➡️ E o que explica o recorde de afastamentos em 2024? Os transtornos mentais são multifatoriais e não há uma explicação única para o que está acontecendo. De acordo com psiquiatras e psicólogos ouvidos pelo g1, a situação pode ser reflexo, entre outros pontos, da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, como:

  • O luto pós pandemia, que causou mais de 700 mil mortes;
  • Estresse emocional após a crise, com anos de isolamento;
  • Insegurança financeira com o aumento do custo de vida. De 2020 até 2024, o preço dos alimentos subiu 55%;
  • Aumento da informalidade;
  • E o fim de ciclos. Na pandemia, por exemplo, houve um aumento de 16% nas separações.

Os dados do INSS permitem traçar um perfil dos trabalhadores atendidos: a maioria é mulher (64%), com idade média de 41 anos, e com quadros de ansiedade e de depressão. Elas passam até três meses afastadas do trabalho.

🔴 Os especialistas explicam que mulheres são a maioria por fatores sociais: a sobrecarga de trabalho, a menor remuneração, a responsabilidade do cuidado familiar e a violência. O levantamento não consta com recortes por raça, faixa salarial ou escolaridade, pois os dados não foram informados pelo INSS.


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