Com 40% dos profissionais vacinados, Saúde quer evitar ‘desfalques’ na linha de frente em MS

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Prioridade na vacinação contra o coronavírus, profissionais da Saúde de Mato Grosso do Sul já começaram a ser imunizados. De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), a escolha deve refletir na diminuição dos desfalques causados por mortes de trabalhadores da linha de frente. Nesse primeiro momento o Estado espera imunizar 40% dos trabalhadores de Saúde. Estes são profissionais que atuam diretamente em contato com pessoas infectadas por coronavírus.Assim, parte desses trabalhadores já tomara a primeira dose da Coronavac, vacina contra o coronavírus. O imunizante demonstrou eficácia de até 100% em casos graves e 78% em casos moderados a leve.Ao Jornal Midiamax, a secretária-adjunta de Saúde Cristhinne Maymone destacou que o Estado aposta nas comprovações científicas no imunizante. “A nossa perspectiva é que os trabalhadores de saúde que estão mais expostos com sintomáticos e assintomáticos possam não vir a se contaminar com tanta facilidade”, afirmou. 

Menos mortes entre a linha de frente

Então, “caso o profissional venha a ser contaminado, que o quadro não seja grave ou moderado”. A secretária-adjunta lembrou que apesar de parecer pouco, a diminuição de quadros gravíssimos já é extremamente importante. “Pois a gente não pode perder um soldado desses, um médico ou profissional”.Em Mato Grosso do Sul, 21 profissionais de Saúde faleceram devido ao coronavírus. Os dados são da SES, compilados até a última terça-feira (26).O cenário é catastrófico para o sistema de Saúde do Estado, pois cada profissional possui um longo caminho de formação. De acordo com Cristhinne, médicos intensivistas demoram cerca de 11 anos para se formarem completamente e assumirem posição frente a uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).“Não é fácil, a gente não repõe esses profissionais de uma hora para outra. Se você pegar não só o quadro de médicos, mas também os técnicos e enfermeiros, é um longo processo de formação”, ressaltou a secretária. Além disto, ela lembra que os profissionais que viveram na linha de frente desenvolveram habilidades em lidar com a doença, que era desconhecida no Brasil até fevereiro de 2020. “Cada soldado que a gente perde é uma situação bastante complexa”, lamentou.

Efeito à longo prazo

“Temos que lembrar que profissionais que não são da linha de frente também estão em contato com pacientes, que muitas vezes podem estar assintomáticos”, disse a secretária. Ela destaca que efeitos positivos, como a diminuição de infecções, nos profissionais de Saúde será percebido à longo prazo.“Nós vamos primeiro ter que aguardar 100% dos trabalhadores de saúde serem imunizados, para depois a gente poder fazer um paralelo daquilo que estava sendo contaminado e aquilo que se deixou de contaminar”. Além disto, ela comentou que esses trabalhadores vão continuar com esse contato diário com a doença.De acordo com Cristhinne, “a gente só vai ver resultados mesmo quando houver um quantitativo grande de pessoas vacinadas, por isso a gente fala em imunização coletiva”. Ela explica que precisamos ter uma imunidade coletiva de pelo menos 60% de toda a população vacinada, para ter um impacto realmente positivo. Por fim, lembra que “isso leva tempo e ainda estamos brigando pela produção da vacina no nosso país”. 

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