A primeira audiência pública presencial entre os governos Federal e Estadual foi realizada ontem, quarta-feira, 25, em Campo Grande, com o objetivo de colher sugestões e contribuições para aprimoramento dos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para a relicitação e concessão da Malha Oeste que conta com mais de 1.600 quilômetros, passando por Mato Grosso do Sul e São Paulo, ligando as cidades de Corumbá e Mairinque (SP).
A audiência contou com as participações de autoridades corumbaenses que estão acompanhando o processo de perto, já que se trata de um tema de extrema importância para o desenvolvimento econômico local. A Câmara Municipal de Corumbá foi representada pelos vereadores Ubiratan Canhete de Campos Filho (Bira), presidente; Elinho Junior, Allex Dellas e Alexandre Vasconcellos.
Na oportunidade, Bira ressaltou a importância da Malha Oeste para o desenvolvimento econômico de Corumbá. Conforme ele, além de baratear o transporte para escoamento da produção local, vai minimizar um grande problema que afeta toda a população corumbaense e turistas que visitam a região: as péssimas condições da BR 262, rodovia que liga o Pantanal às demais regiões brasileiras.
O presidente lembrou que, hoje, a rodovia se encontra em condições precárias, sem total segurança, com ocorrências de inúmeros acidentes (ontem mesmo ocorreu um acidente próximo à ponte do Rio Paraguai com vítimas fatais). Observou que isso se deve justamente ao transporte de veículos de grande porte que fazem o transporte da produção local (minério de ferro e manganês).
“A hidrovia do Rio Paraguai, nos últimos anos, ficou inviabilizada, devido ao baixo nível do principal rio pantaneiro. Isso fez com que toda a produção fosse escoada pela BR 262 e, hoje, a rodovia está comprometida, deteriorada, necessitando de intervenção urgente das autoridades federais para a sua recuperação, inclusive para mais segurança de todos”, afirmou.
MITIGAR IMPACTOS
Por isso mesmo o presidente da Câmara ressaltou que a melhor alternativa é a Malha Oeste, extremamente importante, de grande relevância para o desenvolvimento econômico da região. Mas, apesar disso, mostrou uma preocupação durante a audiência pública.
“Sem dúvida é extremamente importante, que vai ampliar nossas potencialidades econômicas. No entanto, a minha preocupação é com os possíveis malefícios dessa obra, nas questões ambientais e sociais”, observou.
Disse que é preciso debater o assunto na próxima audiência visando “ações necessárias para mitigar esses malefícios. Entendemos que é uma obra de grande importância, que vai gerar emprego e renda, que pode ser a redenção da nossa cidade, mas temos que ter um olhar especial para o Pantanal”, cobrou.
“Temos certeza de que o tema será amplamente debatido e estamos ansiosos em ver isso acontecer. Somos o Município com maior número de participantes nessa audiência pública e temos essa preocupação com o meio ambiente com o social, mas acreditamos que tudo será feito para mitigar os impactos”, concluiu.
EM BRASÍLIA
A segunda será realizada em Brasília (DF), no próximo dia 3 de maio. Após esta etapa, a ANTT vai submeter o projeto ao TCU (Tribunal de Contas da União) para depois levar o edital a leilão. A previsão é que isso ocorra no primeiro semestre de 2024, com investimento de R$ 18 bilhões em 60 anos.
O projeto prevê a ampliação dos pátios de cruzamento e a instalação de sinalização e centros de controle operacional, que permitam a comunicação por satélite com os equipamentos de bordo. Além disso, haverá investimentos em oficinas, instalações e aquisição de equipamentos de via, e para garantir eficiência das operações, inclusive com melhoramento da frota.